'Vem Pra Rua' lança livro sobre trajetória do movimento

Estadão Conteúdo
22/09/2016 às 17:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:56
 (Reprodução/Facebook)

(Reprodução/Facebook)

Líderes do movimento pró-impeachment Vem Pra Rua lançaram na terça-feira (21) um livro homônimo, sobre a história do grupo. A publicação narra o surgimento da indignação com o governo petista, anedotas de executivos que se tornaram militantes e faz ainda agradecimentos a políticos que apoiaram o movimento desde o princípio.

Escrito pelos dois fundadores do Vem Pra Rua, Rogério Chequer e Colin Butterfield, o livro traz relatos pessoais dos dois anos de movimento. Chequer é sócio da SOAP, uma empresa que presta consultoria em apresentações corporativas, e é conhecido por ser "a cara" do movimento.

Butterfield, que até então esteve nos bastidores do movimento, também compareceu ao lançamento. Ele foi diretor-presidente da empresa Radar, que faz parte grupo comercial Cosan até setembro deste ano. No livro, o empresário compartilha com o leitor seus três mantras, que também levou para o Vem Pra Rua: "Foco, foco, foco", "Keep it simples" e "Back to basics".

Políticos

Entre os políticos nominalmente citados no livro está o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). Ele está na sua primeira legislatura no Senado e já passou por cinco mandatos na Câmara, mas ganhou notoriedade nacional quando embarcou no movimento pró-impeachment em 2014.

"O senador foi um dos parlamentares que abraçaram nossa causa desde o começo dentro do Senado. Ele reforça a importância de manter essa nova postura que os brasileiros que foram às ruas demonstraram nos últimos meses", diz um trecho do livro. Caiado foi às manifestações, tirou foto com manifestantes, gravou vídeo chamando internautas para os protestos, e tornou-se célebre entre os ativistas do Vem pra Rua.

O livro também lembra a relação entre o autodeclarado 'suprapartidarismo' e o apoio ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) nas eleições de 2014. "Antes do primeiro turno, nossa posição era apenas contra a reeleição de Dilma, pois clamava-mos pela alternância de poder - uma característica fundamental em democracias sadias", explica.

No segundo turno, quando o pleito ficou entre Dilma e Aécio, o Vem Pra Rua indicou voto nulo ou no candidato tucano. A equipe do Aécio entrou em contato, inclusive, com os 'ativistas empresários' e ajudou a divulgar os protestos do movimento.

Uma das histórias do livro conta um dia em que o assessor do Aécio ligou dizendo que o candidato gostaria de participar da manifestação, mas pediu que mudasse da Av. Paulista para a Praça da República. Segundo relato de Butterfield, intitulado "Menos, Aécio", ele teria batido o pé e dito que não mudaria o local da manifestação.

Financiamento

Nas quase 300 páginas da publicação, os fundadores do grupo não abriram a "caixa preta" do financiamento do Vem Pra Rua. Em determinada passagem, os autores relatam que investiram dinheiro do próprio bolso. "Nós todos, que fizemos o Vem Pra Rua acontecer, dentro e fora das ruas, nos sacrificamos pelo movimento. Financeiramente, investindo dinheiro do nosso bolso quando necessário pagar eventos", diz trecho do livro.

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