Mercado de usados recuou em 2022, segundo Fenauto, e modelos com mais de 13 anos foram os mais negociados (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Comprar carro novo ainda é um desafio para grande parte dos consumidores. Os impeditivos são muitos, a começar pela falta de componentes que ainda afetam a indústria, assim como as restrições de crédito, que inviabilizam financiamentos.
E nessa toada, o carro usado se tornou um caminho mais fácil para o motorista que busca um volante para chamar de seu. Mas nem mesmo esse segmento, que trabalha com valores mais factíveis, tem tido vida fácil.
De acordo com a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), as vendas de carros usados caíram 12% em 2022, no comparativo com o período anterior. Foram 13,3 milhões de unidades negociadas, contra 15 milhões, de 2021.
Mesmo assim, os números estão dentro do esperado. De fato, o setor de usados teve um boom em 2021. Com a falta de componentes, muitos fabricantes suspenderam linhas e terminaram o ano com milhares de unidades inacabadas.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entre 2021 e 2022, mais de meio milhão de unidades deixaram de ser montadas no Brasil, apenas pela falta de semicondutores. Componentes fundamentais para o funcionamento dos equipamentos eletrônicos como multimídia e até o sofisticado controle de estabilidade.
Como a procura por usados cresceu, o carro de segunda mão também encareceu. E o que se viu foi uma corrida por automóveis com mais de 13 anos de fabricação. Chamados “velhinhos” pela Fenauto, esses exemplares corresponderam a 30,45% das vendas.
Já os chamados seminovos, aqueles com até três anos de uso, representaram apenas 15% das negociações. Ou seja, até para comprar usado não está fácil.