Forças de segurança na Venezuela usaram canhões de água e gás lacrimogêneo para dispersar estudantes em protestos na principal avenida de Caracas na terceira noite consecutiva de manifestações contra o governo. Cerca de 500 manifestantes bloquearam o trânsito durante várias horas para pedir justiça pelos dois estudantes mortos na quarta-feira em meio aos embates com a polícia e milícias armadas pró-governo.
Quando a polícia dispersou a multidão na noite de sexta, os estudantes se reagruparam em uma praça próxima, onde queimaram lixo e jogaram pedras nos policiais. O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, repreendeu os estudantes num pronunciamento na televisão dizendo que não tolerará mais interrupções nas estradas do país. Não houve relatos de ferimentos graves.
Os protestos se seguiram ao enterro dos dois estudantes naquele dia. Também foi enterrada uma terceira vítima, um membro da milícia pró-governo que foi assassinado na quarta-feira. Ao mesmo tempo, autoridades começaram a soltar dúzias de manifestantes que haviam sido presos nos últimos dias.
Derrik Redman contou que ele e seu filho, Robert, foram a um protesto pacífico com mais de 10 mil manifestantes e Robert não voltou para casa. Naquela noite, ele recebeu uma ligação dizendo que o filho havia morrido com um tiro após enfrentamento com a polícia. "Enquanto os protestos continuarem, eu continuarei participando", declarou.
Do outro lado da cidade, na favela 23 de Janeiro, local onde o corpo do ex-presidente Hugo Chávez foi enterrado, cerca de cem pessoas, muitas com faces cobertas e segurando pistoras, prestaram homenagens a Juan Montoya. Ele foi morto quando um grupo pró-governo que ele liderava chegou ao local de um enfrentamento entre manifestantes e a polícia. Tiros foram disparados e ele e o estudante Bassil D'Acosta morreram. Fonte: Associated Press.
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