BRASÍLIA – A Venezuela vai acelerar o processo de incorporação das normativas do Mercosul. Até o primeiro semestre de 2013, o país se comprometeu a adotar 30% de todas as regras do bloco. Representando a Venezuela na reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC), em Brasília, a vice-ministra de Relações Exteriores para a América Latina e o Caribe, Verónica Guerrero, declarou que o governo venezuelano irá adotar a nomenclatura comum do bloco, e que até 5 de abril do ano que vem, 28% dos produtos estarão de acordo com a Tarifa Externa Comum (TEC).
Pouco antes do fim da reunião do CMC, o porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar da Silva Nunes, disse que o Brasil, como presidente pro tempore do Mercosul, está satisfeito com empenho da Venezuela. Segundo ele, serão feitos concursos, no próximo ano, para o ingresso de 15 técnicos venezuelanos na equipe do Mercosul.
O valor da contribuição da Venezuela para os vários órgãos do Mercosul, como a Secretaria-Geral e o Fundo de Convergência Estrutural (Focem), também está sendo discutido na reunião do conselho. Segundo o porta-voz, os valores exatos ainda não foram estipulados. Mas o país reafirmou que irá contribuir com todos os fundos do bloco.
Durante a reunião, a Guiana manifestou pela primeira vez, oficialmente, o interesse em entrar no Mercosul. A partir de agora serão iniciados os trâmites para que o ingresso seja avaliado pelos países-membros. A Bolívia, o Equador e Suriname também estão em análise.
A adesão da Venezuela levou o Mercosul a alcançar 270 milhões de habitantes, o equivalente a 70% da população da América do Sul. O Produto Interno Bruto (PIB) do mercado comum é US$ 3,3 trilhões, aproximadamente 83,2% do PIB sul-americano. Se a Guiana, o Suriname, a Bolívia e o Equador passarem a integrar o bloco, mais US$ 200 bilhões serão acrescidos.