Vereadores são afastados suspeitos de desviar verba pública em Jaíba

Alessandra Mendes - Hoje em Dia
20/07/2015 às 12:14.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:59

A Justiça determinou o imediato afastamento de dois vereadores do município de Jaíba, no Norte de Minas. De acordo com ação cautelar, impetrada pelo Ministério Público (MP), Valdemir Soares da Silva, conhecido como Valdemir da Linha 1 (DEM) e Elias Santos Silva, conhecido como Elias do Açougue (PHS), estariam envolvidos em um esquema de desvio de verba pública.

Segundo apurou o MP, por meio da operação “Ração de Papagaio” deflagrada em março deste ano, uma empresa foi criada em 2013 com a finalidade exclusiva de desviar recursos. Esta empresa, que também consta entre os acusados na ação cautelar, sagrou-se vencedora em diversas licitações do município sem, contudo, possuir experiência no ramo, maquinário próprio, ou empregados para a execução dos serviços.

A contratação da empresa, de acordo com a investigação, serviu como pagamento de corrupção em favor de secretários municipais e vereadores locais. Segundo a ação cautelar, “os vereadores Valdemir Soares da Silva e Elias Santos Silva se valem dos seus cargos para favorecer interesses pessoais, com vistas à permanência no cargo e finalidade específica de auferir vantagens ilícitas”.

Na decisão em que determina o afastamento dos vereadores dos cargos, a juíza Roberta Sousa Alcântara Dayrell alega que “vislumbram-se manobras perpetradas pelos requeridos no sentido de dificultarem investigações quanto a irregularidades observadas no próprio Poder Legislativo, o que sobreleva a necessidade de afastamento dos cargos que ocupam de modo a permitir o perfeito deslinde dos fatos sob cotejo”.

Além do afastamento, a juíza ainda autorizou ações de busca e apreensão nos endereços do vereadores, apreensão de valores encontrados acima de R$ 5 mil, quebra de sigilo bancário e indisponibilidade de bens dos dois e outros quatro acusados em até R$ 4 milhões.

A reportagem do Hoje em Dia tentou falar com os vereadores, mas eles não foram localizados, já que a Câmara Municipal de Jaíba está em período de recesso.

A investigação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MP. O nome da operação, “Ração de Papagaio”, faz alusão ao código utilizado por um dos acusados ao se referir ao pagamento de propina. Segundo o MP, os desvios de verbas públicas ultrapassam o valor de R$ 10 milhões.

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