'moda neutra'

Vermelho, verde e amarelo 'perdem força' nas ruas de BH no dia seguinte às eleições

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
31/10/2022 às 12:04.
Atualizado em 31/10/2022 às 13:19
 (Valéria Marques / Hoje em Dia)

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

No primeiro dia após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, grande parte dos moradores de Belo Horizonte adotou o uso de roupas neutras e sem partidarismo para sair de casa. Na manhã desta segunda-feira (31), eleitores se dividem ao avaliar o resultado das urnas e ao estimar o futuro do país. 

A vitória do petista foi confirmada às 19h57 de domingo, com 98,81% das urnas apuradas. Naquele momento,Lula, tinha 50,83% dos votos válidos e não poderia mais ser alcançado por Bolsonaro, que contabilizava 49,17%. Ao final das apurações, o petista obteve 60,3 milhões de votos, e Jair Bolsonaro (PL), 58,2 milhões - diferença de apenas 2,2 milhões, a menor da história.

O fim das eleições de 2022, também reduziu a 'moda eleitoral', na capital mineira. O Hoje em Dia percorreu o hipercentro de BH e notou uma redução no número de pessoas com camisas do Brasil ou roupas nas cores verde e amarela, sinônimo de apoio a Bolsonaro. Apenas alguns adesivos e bandeiras foram vistos em veículos que passavam pelas ruas. 

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

Já o vermelho, característico do apoio ao partido petista, é visto, mas com pouca frequência. Alguns eleitores ainda usavam o boton de Lula colado ao peito ou camisas em referência ao presidente eleito. Caso de Vilma Tomás Ribeiro, de 63 anos, que afirma que o uso é para reafirmar a "vitória da democracia". 

"Um resultado da democracia e da sua preservação porque se o outro lado ganhasse não teríamos isso. Reafirmação da vitória da democracia e do estado de direito", disse. 

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

Resultado divide opinião 

A diferença tão pequena entre os dois candidatos espelha a divisão de lados também nas ruas da metrópole. Entre os belo-horizontinos há quem achou o resultado positivo, enquanto outros o caracterizam como "terrível".

Dimas Melo, de 75 anos, está entre os que avaliam a vitória de Lula como favorável. "Retomamos a democracia. Sem dúvida, estou esperançoso de melhora e acho que vai dar pra consertar", disse. Dimas ainda elogia o sistema eleitoral brasileiro. "A urna eletrônica é uma das maiores vitórias do Brasil, ela não pode ser fraudada", acrescentou. 

Avaliação semelhante é feita por André Barbabela, de 37, e Jussara Silva, de 57. "Positiva, a esperança é essa [de melhorar], acho que tende para isso", disse o eleitor. "Adorei, estou aliviada. Espero que ele melhore a vida dos mais humildes, é isso que a gente quer. Acredito nele", afirmou a mulher. 

Já Fabiana Ferreira, de 40 anos, tem pensamento diferente sobre o resultado nas urnas. "Achei horrível. Acho que vamos encaminhar para o lado da Argentina. Não esperava esse resultado", avalia. Assim como Fabiana, Francisco de Assis, de 66, também critica a eleição de Lula. 

"Estou achando muito estranho esse resultado. Nunca vi um candidato que leva massas às ruas perder, e Lula foi incapaz de mobilizar as massas. Haverá uma piora porque Lula foi incapaz de apresentar plano de governo. A bolsa já caiu e o dólar já subiu, isso é realidade. Ele não tem plano econômico", reclama. 

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

A diferença de opiniões nas ruas de BH também foi evidenciada nas urnas. Na capital mineira, Bolsonaro foi o candidato mais votado, com 834.548 votos, o equivalente a 54,25% do total. Já Lula foi a escolha de 45,75% dos eleitores e recebeu 703.755 votos.

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