Reivindicações

Viagem a Minas rende a Lula pedidos por universidade em Contagem, arrumar BRs e barrar privatizações

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
11/05/2022 às 06:30.
Atualizado em 11/05/2022 às 12:15
Lula e a prefeita de Contagem, Marília Campos (Lucas Prates)

Lula e a prefeita de Contagem, Marília Campos (Lucas Prates)

Em seu segundo dia visitando Minas Gerais como pré-candidato à Presidência da República, o líder petista Luiz Inácio Lula da Silva ouviu nesta terça-feira (10) em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, os primeiros pedidos públicos por demandas da região e do Estado. As reivindicações citavam desde a implantação de uma universidade na cidade metropolitana e a recuperação de rodovias até pautas mais amplas, como o fim das privatizações, em especial o caso do metrô de Belo Horizonte.

Em Contagem, cidade administrada pela correligionária Marília Campos, Lula se encontrou com a militância em um shopping popular. Lá, onde ouviu de metroviários o pedido de manutenção dos empregos. E da prefeita ouviu o pedido de implantação de uma universidade na cidade. “A gente quer coisas boas para a capital, mas as cidades da região metropolitana também querem coisas boas. A gente quer universidade pública aqui, a gente quer cultura aqui, a gente não quer ter que se deslocar para Belo Horizonte para tudo”, disse a prefeita. Com perto de 700 mil habitantes, Contagem é a maior cidade governada pelo PT no Brasil. 

Em resposta, Lula concordou e disse que só é possível governar colocando o coração. “Tem gente que pensa que é possível governar olhando só para números. Não é possível. Quando vai fazer o orçamento, é preciso começar por baixo, pensando no povo. É preciso colocar o povo no orçamento e colocar o rico no Imposto de Renda”, disse. “O trabalhador quer comprar sua casa, viajar, cuidar da sua família. A juventude quer estudar. E o governo tem que ajudar o povo a conquistar isso”, afirmou. 

Barrar privatizações

Ainda em Contagem, Lula ouviu um pedido de compromisso com os trabalhadores da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) – autarquia que administra o metrô da capital e é vinculada ao governo federal – para que garanta os empregos dos metroviários, que se sentem ameaçados pelo processo de privatização iniciado na empresa pelo atual governo. “Os metroviários fizeram 62 dias de greve e não foram recebidos. Queremos um compromisso de agenda com o senhor, Lula. Precisamos colocar o Brasil nos trilhos. Precisamos acabar com os processos de privatizações da CBTU, Cemig, Petrobras e Correios, e nossa esperança está em você”, afirmou Alda Lúcia Fernandes dos Santos, presidente do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG).

Estradas

Aliás, o metrô e os investimentos em infraestrutura, como a duplicação da BR-381 – entre Belo Horizonte e o Vale do Aço – e da BR-367 – no Vale do Jequitinhonha – estão na pauta ao lado de pedidos para mudanças em projetos de impactos ambientais, como por exemplo a análise da mineração e seus impactos na economia e no ambiente do Estado, apontados como prioridades por diversos dos presentes, como o candidato ao Senado do PT, Reginaldo Lopes (PT).

O PT ainda está construindo seu plano de governo e não estabeleceu propostas. Mas, segundo as orientações internas do partido, todas as demandas serão construídas ouvindo e dialogando com a população. 

A agenda de Lula nesta quarta-feira será em Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira. Ele vai se encontrar com políticos da região, incluindo a prefeita da cidade, Margarida Salomão (PT), e com o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcus Vinicius David, que é presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior). Uma entrevista coletiva está agendada para as 17h30 e, após, Lula retorna para São Paulo, encerrando o périplo iniciado na segunda-feira.

Juntos pelo Brasil

Lula é pré-candidato a presidente pelo movimento “Vamos Juntos Pelo Brasll” tendo como vice o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB). O lançamento da chapa aconteceu no sábado (7), em São Paulo. Além do PT e do PSB, a chapa tem o apoio do PV, PCdoB, Rede, Psol e Solidariedade. Alckmin acompanharia Lula na agenda por Minas, mas precisou cancelar porque testou positivo para Covid-19 na sexta-feira. Lula também fez o exame, mas deu negativo.

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