Viagem aos EUA e boatos sobre aposentadoria: os dias que deixaram Luan ainda mais 'maluco'

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
01/07/2016 às 06:10.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:05
 (Henrique André/Hoje em Dia)

(Henrique André/Hoje em Dia)

O meia-atacante Luan está em reta final de recuperação e quase pronto para voltar a defender o Atlético. Nesta semana, ele abriu as portas de casa para o Hoje em Dia e contou como está sendo o tratamento da grave lesão no joelho direito. A entrevista, na íntegra, será publicada na seção Papo em Dia deste domingo (3).

Fora do time desde o início de abril, após a derrota por 3 a 2 para o Independiente Del Valle, no Equador, pela Copa Libertadores, o Maluquinho voltou a correr no campo da Cidade do Galo e testa a paciência enquanto ainda não pode chutar a bola.

“Aquele último jogo foi onde eu senti mais. Nos dois dias de treinamento estava tranquilo, mas aí o joelho deu uma inchada. Contei para o doutor Otaviano (Oliveira, médico do clube), e ele ficou preocupado. Me medicou, e queria me cortar da partida, mas eu não quis de jeito nenhum. O campo estava cheio de lama, horrível”, lembra o atacante (leia o relato abaixo).

No dia 14 de abril, pouco tempo depois de dar entrada no departamento médico do Atlético, o camisa 27 viajou aos Estados Unidos, acompanhado de Rodrigo Lasmar, chefe da equipe – o médico, inclusive, foi elogiado pelo inglês fluente e “zoado” pela rapidez com que anda.

Uma semana depois, já no Brasil, Luan foi submetido a uma artroscopia no local da lesão. No período, surgiram várias notícias de que a situação do jogador era gravíssima e que ele poderia até pendurar precocemente as chuteiras.

Questionado sobre o assunto, o atacante foi enfático ao dizer que jamais cogitou largar o futebol. De acordo com ele, a única convicção era a de que teria boas notícias na Terra do Tio Sam.

  

Leia o relato do meia-atacante do Galo:

“Passa até um filme na cabeça. Quando me lesionei a primeira vez, em 2014, pedi a Deus que todas as coisas ruins que fossem acontecer com minha família viessem para mim. Ele me deu aquela lesão, mas me revelou que eu voltaria mais forte. Nesta segunda lesão, fiquei triste, mas botei a cabeça no travesseiro e sabia que viria coisa melhor novamente.

O povo fala demais. Eu estava vendo na internet as coisas que eram publicadas. Mas estava tranquilo. Eu dei mais força para o doutor Rodrigo Lasmar, que é como se fosse meu pai, do que ele para mim. Falei que ia voltar mais forte, e ele quase chorou. Fomos para os Estados Unidos e eu comentei com ele: ‘Eles vão falar que meu joelho está forte’. Lá, o médico repetiu as minhas palavras.

Li muitas mentiras. O jornalista tem que tomar cuidado com certas notícias. Fizemos todas as avaliações lá com os médicos, um do Chicago Bulls e outro da seleção americana de basquete feminina, se não me engano. Me perguntaram se eu queria jogar futebol de imediato ou se queria, daqui a 60 anos, ter o joelho bom. Eu respondi que queria jogar. Eles riram, mas concordaram.

Minha esposa sempre ‘puxava minha orelha’ e falava que eu tinha que pensar positivo. Falei com ela que eu queria jogar até os 33 anos e, depois, fazer um curso para virar treinador. Vou ser um técnico bem louco. Gosto do Sampaoli, do Bielsa, e gosto muito daquele do Atlético de Madrid, o Simeone. Mas meu sonho, neste momento, é conquistar ainda mais uns quatro títulos pelo Galo e encerrar a carreira aqui, sem nenhum arrependimento”.

Relação com o Atlético

Durante a entrevista, Luan falou também sobre o carinho pelo Atlético. Emocionado, o alagoano lembrou como foi a transferência da Ponte Preta para o clube mineiro, em 2012.

"Estava quase acertado com um time de São Paulo, mas um pastor me ligou e revelou que não era para passar por cima da vontade de Deus. Aonde ele me levaria, eu seria campeão. Já estava tudo certo lá, mas pedi ao meu empresário para esperar mais um dia", contou o Maluquinho.

"No outro dia, recebi a ligação. Ele (empresário) estava na casa do Kalil (Alexandre, ex-presidente do Atlético), falando que eu ia disputar a Libertadores e jogar com o Ronaldinho Gaúcho. Eu nem quis saber os valores. O Atlético é tudo para mim, e eu não tenho porque fazer marketing ou querer me promover em cima do clube", concluiu.

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