O ministro do Interior egípcio, Mohammed Ibrahim, prometeu neste sábado investigar as circunstâncias do espancamento pela polícia de um homem despido, num caso que ameaça alimentar ainda mais a ira popular contra forças de segurança do país, mas sugeriu que as primeiras evidências são de que não houve abuso dos policiais.
O espancamento foi gravado e transmitido ao vivo pela TV local ontem à noite, enquanto manifestantes se aglomeravam num protesto diante do palácio presidencial. A gravação mostra a polícia tentando colocar o homem numa viatura depois de espancá-lo.
Menos de 24 horas depois do incidente, milhares de pessoas voltaram a marchar hoje na direção do palácio para protestar contra a polícia e o presidente Mohammed Morsi, após uma semana de violentos protestos que deixaram mais de 60 mortos em todo o país.
Falando a repórteres sobre o episódio, Ibrahim disse que os primeiros resultados da apuração indicaram que Hamada Saber, de 48 anos, foi despido por "arruaceiros" durante um conflito entre policiais e manifestantes e que, posteriormente, foi atingido no pé por um chumbo de caça, sem esclarecer se o ferimento foi causado pela ação da polícia. "Então, as forças de segurança o encontraram no chão e tentaram colocá-lo num veículo blindado, embora a forma como o fizeram tenha sido excessiva", disse o ministro.
Na gravação, pelo menos sete policiais são vistos espancando Saber, com a calça na altura dos tornozelos, antes de arrastá-lo pelo chão e jogá-lo na viatura.
Num raro comunicado, o Ministério de Interior disse "lamentar" o incidente e informou ter aberto uma investigação sobre o caso. As informações são da Associated Press.
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