Moradores de Ouro Preto, na região Central de Minas, lotaram a prefeitura, nessa quarta-feira (19), para protestar contra os valores cobrados nas contas de água e esgoto. Eles pedem o fim da privatização do abastecimento e saneamento na cidade.
Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram uma mesa repleta de contas, algumas que chegam a R$ 1,5 mil. Os moradores chegaram a ameaçar ocupar a prefeitura, exigindo a presença do prefeito no local.
A Guarda Municipal foi acionada para remoção dos manifestantes. Por nota, a prefeitura, informou que parte do grupo teria se exaltado. Alguns, acrescenta a administração municipal, tentaram invadir o gabinete do prefeito e danificar patrimônio do local.
A prefeitura informou que a atual gestão tenta combater "a cobrança abusiva" de água e esgoto, inclusive com ações judiciais em diversas frentes. Entretanto, por força do contrato firmado pelo governo passado, a empresa pôde iniciar a cobrança em outubro.
A prefeitura reafirmou ainda o compromisso, feito na terça-feira (18), durante a reunião da Câmara de Vereadores, de que solicitará a rescisão do contrato com a Saneouro.
A Saneouro - que assumiu os serviços públicos de água e esgotamento sanitário de Ouro Preto em janeiro de 2020 - afirma que como a cidade não tinha hidrometração do consumo de água, os usuários dos serviços pagavam tarifa única.
A empresa diz ainda que, de acordo com o que foi definido em contrato, assim que 90% dos imóveis fossem hidrometrados, ela passaria a cobrar pelo consumo real de cada cliente. Fato que começou a vigorar em 4 de outubro.
Simulados para mostrar o valor real de cada fatura teriam sido realizados pela Saneouro para preparar os moradores. A empresa afirma também que se colocou à disposição para os clientes procurarem o atendimento caso o registro do consumo estivesse fora do padrão esperado.