Com medo de acidentes, famílias dizem que fluxo de caminhões é intenso nos horários de entrada e saída das crianças
(Fernando Michel/Hoje em Dia)
Pais de alunos da Escola Infantil de Educação Municipal (Emei) Vila Estrela, no bairro Santo Antônio, região Centro-Sul de Belo Horizonte, reclamam de transtornos causados pela obra de construção de um prédio em frente ao colégio. O fluxo de caminhões é intenso nos horários de entrada e saída das crianças. Além do risco de acidentes, as famílias reclamam de muita poeira.
O Hoje em Dia esteve no local durante dois dias e flagrou veículos de carga parados na faixa de pedestres e até trafegando pela contramão na rua Primavera, que é estreita e sempre têm carros estacionados em ambos os lados.
Pai de uma aluna de 6 anos, Sérgio Tostes reforça que em meio à falta de vagas de estacionamento na via, o tráfego constante de caminhões atrapalha o embarque e o desembarque dos estudantes. “Já me atrasei no trabalho por causa da presença dos veículos. Se ele faz uma manobra, seja qual for, atrapalha todo o trânsito”, detalha.
A circulação dos caminhões deixa os pais aflitos para o risco de atropelamentos na via. Uma mãe, que pediu para não ser identificada, falou sobre a insegurança. “A gente tenta proteger ela (filha) para passar. Mas é uma situação bem chata, deveriam pensar num horário para ter a carga e descarga sem atrapalhar”. A mulher também contou que a menina tem sofrido com crises de rinite. Segundo ela, a criança começou a tomar remédios com frequência devido à poeira deixada pela obra e pelos caminhões.
Em meio aos transtornos, o diálogo com a empresa responsável não tem sido fácil, segundo as famílias. Pais reclamam de tentativas frustradas de contato. Com os ânimos à flor da pele, brigas também começaram a ocorrer. De acordo com um dos pais, nesta semana houve uma discussão com o motorista de um caminhão.
“Ele estava parado perto da entrada da escola. Eu encostei próximo ao veículo para liberar espaço para algum outro pai que viesse atrás. Quando desci do carro, me mandou sair dali para ele trabalhar. Quando me recusei, pois tinha que desembarcar meu filho, ele começou a ameaçar, fazendo alusão de que algo poderia acontecer com o meu carro”, disse Alexandre Valle, profissional que atua no ramo de mineração.
Na Emei Vila Estrela ninguém quis falar sobre o assunto. Procurada, a Secretaria Municipal de Educação informou que foi feita uma reunião nesta semana com a construtora. Foi pedido que seja evitado o trânsito de caminhões nos horários de entrada e saída dos alunos.
O Hoje em Dia fez contato com a empresa responsável pela obra por telefone e mensagens no site e nas redes sociais, mas não houve retorno.
*Estagiário sob supervisão de Renato Fonseca