Um dos cientistas que descobriu o vírus ebola acredita que a China está sob ameaça devido ao elevado número de trabalhadores chineses na África.
"[A situação geral] vai piorar durante algum tempo e depois esperamos que comece a melhorar quando as pessoas estiverem isoladas", disse Peter Piot, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. O cientista esteve na região administrativa especial chinesa para um simpósio durante dois dias.
Piot, que prevê que a epidemia dure ainda entre seis e 12 meses, lembrou que na África há muitos chineses trabalhando.
"Isso pode representar um risco para a China em geral, e assumo que um dia [um surto de ebola na China] vai ocorrer, disse o diretor da London School of Hygiene and Tropical Medicine.
O cientista lembrou que as medidas de controle de infeções nos hospitais da China Continental não estão sempre "de acordo com os padrões", colocando a saúde pública em risco.
Piot destacou a importância de formar pessoal capaz de identificar passageiros aéreos de risco antes de embarcarem e alertou que as medidas de segurança aplicadas no Aeroporto Chek Lap Kok, em Hong Kong, são insuficientes.
"Rastreio generalizado [à chegada] não é eficaz, para ser honesto. O método mais eficaz é verificar as pessoas antes de entrarem no avião", acrescentou.
No domingo (26), um homem procedente da Nigéria teve de ser submetido a exames médicos por receio de ser portador do vírus. Os testes acabaram, no entanto, dando negativo.