(WhatsApp/Divulgação)
As vítimas de uma lista chamada “Ranking do Sexo”, que traz nomes de pelo menos 100 mulheres com ofensas e supostos detalhes sobre a intimidade sexual de cada uma, começaram a procurar polícia a para registrar ocorrência. Com as denúncias, a Polícia Civil em Muzambinho, cidade do Sul de Minas onde o caso ocorreu, abriu inquérito para apurar o crime.
Segundo a corporação, após a repercussão do caso, as vítimas procuraram a delegacia da cidade para exigir que o suspeito de montar a lista seja identificado e punido. A expectativa é que o inquérito seja concluído dentro de algumas semanas.
O delegado responsável pelo caso, Sílvio Sérgio Domingues, deve começar a colher nos próximos dias os depoimentos das vítimas para elucidar o crime.
Viral
A lista foi difundida pelo WhatsApp e tirou a paz do pacato município. O “Ranking do Sexo” aponta quem seriam as mulheres “mais p.” e os homens “mais gays” do município, incluindo jovens de diversas idades, além de pessoas casadas. Com palavras de baixo calão como “vagabunda”, a lista indica mulheres com quem seria possível conseguir sexo fácil.
O conteúdo se tornou viral há alguns dias e chegou, na quinta-feira (11), ao conhecimento da Polícia Civil, que já investiga o caso. Se descoberto, o autor da lista pode responder pelos crimes de injúria, ameaça, calúnia, difamação e falsa identidade.
A orientação é para quem se sentir ofendido procurar a delegacia de Monte Belo, município vizinho à Muzambinho, para registrar ocorrência e assinar um termo de representação.
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Denúncia
O presidente da Comissão de Direito Eletrônico e Crimes Cibernéticos da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Minas Gerais (OAB-MG), Luís Felipe Silva Freire, explica que esse é um crime clássico de injúria e difamação, cuja pena pode chegar a até três anos de prisão.
Por ser um crime cibernético, o especialista explica que o mais aconselhável é que a vítima faça um boletim de ocorrência e procure um advogado para adotar medidas para tirar o conteúdo do ar.
“Como nesse caso a lista circulou em grupos de WhatsApp, um aplicativo de mensagens e não uma rede social, não é possível obter ordem judicial para impedir a circulação. Mas é claro que uma investigação policial conseguirá chegar aos autores”, afirma.
O advogado ressalta que, além da injúria, outros tipos de crime podem ser somados, como falsidade ideológica, caso o agressor esteja usando perfis falsos para replicar o conteúdo.
Há também a tipificação de ameaça, se houver algum tipo de intimidação às vítimas. “E todos que compartilham também podem estar sujeitos às punições”, alerta. (Colaborou Raul Mariano e Mariana Durães)Editoria de Arte