Vitrines da cultura alimentar

19/06/2016 às 06:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:57

Olá amigo da cozinha, 

Nesta semana que passou, aconteceram, além da consagrada Expocachaça, mais dois eventos importantes que movimentaram a cena gastronômica da capital, envolvendo grandes personalidades.

Chefs, historiadores, sociólogos, pesquisadores entre outros, discutiram a importância e a abrangência do segmento da gastronomia. 

Destaque para a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG (Fafich) que trouxe o Colóquio Internacional Comer & Ser – Patrimônio Material e Imaterial da Alimentação, em cuja programação apresentaram-se nomes como Michele Arroyo, do IEPHA, que falou do patrimônio de Minas Gerais, com ênfase às nossas riquezas gastronômicas e as certificações como patrimônio imaterial. 

O advogado Edgard Gaston da PUC Minas falou sobre gastronomia e propriedade intelectual, a turismóloga Danielle Teixeira, do Instituto Estrada Real, apresentou o novo projeto de turismo gastronômico dos caminhos históricos deste circuito, o Projeto Terroirs.

Marinalva Pedrosa da Epamig trouxe, para deleite do público que lotou o auditório Baesse na UFMG, as hortaliças não convencionais, e eu tive o privilégio de dividir a mesa com esses profissionais para falar sobre as identidades gastronômicas e a sua importância no desenvolvimento de projetos estruturadores para municípios e regiões.

A abertura foi o ponto alto do evento, quando o Projeto DIAITA – Patrimônio Alimentar da Lusofonia, foi apresentado pelas brilhantes escritoras, pesquisadoras e historiadoras, Carmen Soares, da Universidade de Coimbra, e Inês Ornellas e Castro, da Universidade Nova de Lisboa, que viajaram na história da alimentação com pitadas sobre as influências da cozinha portuguesa na formação de nossa culinária. 

Ainda aconteceram importantes palestras com os temas Alimentação e Saúde, Alimentação e Leituras, Alimentação e Fazeres e Alimentação e Cultura, que contaram com especialistas de grandes universidades de Portugal e de outros estados do Brasil, como Unicamp, UFG, PUC-PR, SENAC-MG e UEMG.

Outro evento que lotou o auditório da Pousada Rural Igarapés, na cidade vizinha a BH, foi o Primeiro Seminário Igarapé Bem Temperado, que abriu a programação deste importante e já consolidado Festival de nossa gastronomia, que terá seu ponto alto na festa de rua entre os dias 14 e 17 de julho na cidade de Igarapé. 

Este seminário contou com apresentações da historiadora e socióloga Monica Abdala, da Universidade Federal de Uberlândia, especialista em história da culinária mineira e brasileira, que fez uma verdadeira viagem pela história da nossa gastronomia até os dias de hoje, além da coordenadora de Gastronomia da Secretaria de Turismo de Minas, Nathalia Farah, apresentando os projetos que estão sendo desenvolvidos para nosso turismo gastronômico. 

O Chef Edson Puiati, coordenador de gastronomia da UNA, falou sobre formação profissional e a preservação de nossas tradições, e também tive a minha participação falando sobre Identidade Gastronômica. 

Prestigiado, o evento contou com a presença das principais Mestras dos Quintais de Igarapé, de autoridades municipais, como o Secretário Municipal de Turismo, Rodolfo Lacerda, a gestora do circuito turístico Veredas do Paraopeba, Érica Natália, dentre outras, que estenderam tarde adentro, degustando este tema tão temperado, e se confraternizando num maravilhoso café da tarde, com direito a bolinhos fritos de polvilho, de milho, quitandas, sucos e cafezinho coado na hora.

Pois é, amigo da cozinha, cada dia que passa o respeito e o profissionalismo invadem nossas cozinhas e as colocam como as vitrines desta imensa cadeia da cultura alimentar brasileira, e em especial a mineira, que sai definitivamente das gavetas ou dos “santinhos do pau oco” para se mostrar ao mundo.

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