(MARCELO CAMARGO-AGENCIA BRASIL)
Pouco mais de 92 mil mineiros, de 16 e 17 anos, estão aptos a irem às urnas neste domingo (15). O número de jovens com título de eleitor, porém, equivale a menos da metade do último pleito municipal. Há quatro anos, eram 215 mil. Voto facultativo, desinteresse pela política e, principalmente, a pandemia de Covid-19 ajudam a explicar a diferença nos documentos emitidos.
Alguns adolescentes, mesmo conscientes da importância do exercício de cidadania, preferem evitar qualquer exposição. Caso da estudante do ensino médio Luany Saraiva, de 17 anos. “Se não fosse a pandemia, iria tirar o título. Não tenho pessoas do grupo de risco em casa, mas minha mãe prefere que eu não me exponha”, contou.
Arquivo de família / N/A
Estudante Lorena Souza acredita que a eleição deveria ser suspensa
Nem mesmo as facilidades, como o registro via internet e o prazo até maio para a regularização do documento, foram suficientes. O medo do novo coronavírus falou mais alto. “Acho que isso atrapalhou bastante. Pensei em tirar, mas sou grupo de risco. Tenho familiares próximos que também são”, afirmou a estudante Lorena Souza, de 17. Para ela, a eleição deveria ter sido adiada.
O voto facultativo também pesou. Que o diga o jovem João Vitor Morasca, de 17 anos. Ele vai deixar a primeira escolha política para a próxima eleição. “Por conta da pandemia e por não ser obrigatório, eu nem fiz o título. Mas acho muito importante votar, mesmo não gostando de política”, disse.
A falta de engajamento também é vista como motivo para a baixa adesão dos jovens, reforça o professor e analista político Rodrigo Lopes. “Além da questão quantitativa, existe a desmotivação que essa eleição está gerando. Em situações passadas, tivemos movimentos de engajamento e, em 2020, não”.
Cuidados
Para evitar o contágio da Covid-19, é preciso alguns cuidados durante a ida às urnas. Uso de máscara 100% do tempo e higienização com álcool em gel são apenas algumas das medidas. O infectologista Estevão Urbano alerta para a necessidade do distanciamento de, no mínimo, dois metros na fila de votação.
O infectologista faz questão de destacar que o vírus ainda circula. Conforme Estevão Urbano, qualquer descuido abre caminho para a transmissão. “O ideal seria não ter votação, qualquer situação que evite aglomeração é benéfica. Como não é o caso, precisamos que tudo seja feito com a maior segurança possível. O vírus continua circulando”.