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'Vou atrasar para consulta médica que custei para conseguir', diz usuário do metrô

Raissa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
25/08/2022 às 09:21.
Atualizado em 25/08/2022 às 10:46
 (Raissa Oliveira/Hoje em Dia)

(Raissa Oliveira/Hoje em Dia)

O deslocamento de pessoas que dependem do metrô de Belo Horizonte nesta quinta-feira (25) é complicado, principalmente para quem parte da região metropolitana. A greve que paralisou o transporte deixa 100 mil usuários sem trens e muita reclamação. No início da manhã desta quinta-feira (25), os portões fechados das 19 estações do metrô provocavam correria, atrasos e prejuízos no bolso dos passageiros. 

João Guilherme, de 47 anos, está entre as pessoas que foram prejudicadas pela greve dos metroviários. Ele estava na estação Vilarinho, na região de Venda Nova, por voltas das 7h, chamando um carro por aplicativo para tentar chegar a tempo de uma consulta médica marcada para às 7h30. 

“Estou indo para uma consulta médica que eu custei para conseguir ela. Vou ter que pegar um Uber, mas hoje está daquele jeito: bem mais caro. Essa consulta vai demorar pra remarcar se eu perder”, desabafa.

Em outros pontos da cidade a situação era idêntica. Na estação Central, a artesã Claudia Santana, relata que não tem o hábito de utilizar o transporte. No entanto, hoje ela precisa do metrô para chegar a uma sessão de fisioterapia. 

“Não costumo usar o metrô e hoje que iria usar, vou me atrasar para minha consulta. Tenho fisioterapia 9h na gameleira, e não sei como vou fazer”, lamenta. 

Greve

O Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG) confirmou, na tarde de quarta-feira (24), que os trabalhadores do metrô de Belo Horizonte entrariam de greve, a partir da meia-noite desta quinta-feira (25). A paralisação acontece por causa da aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU) das condições para a desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), em BH.

A greve já havia sido aprovada em assembleia da categoria realizada na última segunda-feira (22). Os trabalhadores temem as consequências da privatização. Os metroviários alegam que após a desestatização haverá uma demissão de quase 1,6 mil funcionários da CBTU que atuam em Minas Gerais.

Segundo a categoria, a greve é por tempo indeterminado e não haverá escala mínima. Em nota, a CBTU informou que vai acionar a Justiça para garantir uma escala mínima no transporte público.

Reforço 

Devido a paralisação dos metroviários, o Sistema de Transporte Coletivo Metropolitano anunciou que vai ampliar número de viagens e linhas, para assegurar atendimento da população.

"O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano – SINTRAM, informa que a partir de amanhã, desta quinta, irá retomar também as operações da linha emergencial E019 para atender os passageiros prejudicados pela greve anunciada pelos metroviários", disse em nota.

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