“Vou pagar na Justiça todos os meus crimes”, diz Roni Peixoto em BH

O megatraficante Roni Peixoto, de 41 anos, um dos bandidos mais perigosos de Minas Gerais, negou nesta quinta-feira (4) que tenha ligação com o Comando Vermelho, facção criminosa do Rio de Janeiro com ramificações em Minas Gerais. Durante coletiva de imprensa, nesta noite, ele garantiu que não conhece o traficante Fernandinho Beira-Mar, líder da facção. O bandido, que é conhecido como "Gordo", estava mais magro e com os cabelos grisalhos. No período em que permaneceu na Divisão de Tóxicos e Entorpecentes, ele estava bastante nervoso e se recusou a falar com a reportagem. Ele se limitou a dizer que não conhecia Beira-Mar e que iria pagar na Justiça pelos seus crimes.   Roni Peixoto desembarcou em Belo Horizonte, no aeroporto da Pampulha, por volta das 19h40. O voo que trazia o criminoso chegou na capital com atraso por causa de apagão que deixou a região sem energia elétrica por 34 minutos. Após a apresentação, o criminoso foi levado para a Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na RMBH.   A Polícia Civil informou que as investigações para prender Roni Peixoto começaram há 60 dias. Na semana passada, uma equipe de Minas Gerais seguiu para Goiânia (GO) onde, junto com a polícia  local, monitorou a residência do criminoso.   A casa onde ele morava com a família ficava em um bairro de classe média alta e era fiscalizado por moderno sistema de segurança, com câmeras de vídeo nas laterais e frontais. Além disso, a casa tinha um muro alto e três cachorros, sendo dois pit bull. Quando a polícia invadiu o local, a mulher e duas filhas do bandido estavam na casa. Roni estava na cidade desde janeiro. Na semana que a polícia monitorou o local, o traficante não saiu da residência.   Um dos principais indícios que levaram a polícia ao paradeiro de Roni Peixoto foi a transferência de carros entre pessoas ligadas ao criminoso. O negócio seria referente ao tráfico de drogas.   A polícia revelou que em 1997, quando tinha o controle do tráfico de drogas na Pedreira Prado Lopes, o megatraficante chegou a lucrar R$ 50 mil por dia. Hoje, a estimativa é de que ele comprava um quilo de droga por US$ 2 mil e revendia por US$ 5 mil. Há indícios de que ele ainda atuava na região da PPL.   Prisão   Roni Peixoto foi preso na madrugada desta quinta-feira, no bairro Residencial Porto Seguro, em Goiânia (GO). Ele era o traficante de drogas mais procurado do Estado, figurando na lista do "Programa Procura-se", lançado pelo Governo de Minas em 2011.   O traficante atuava em toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas tinha como principal reduto o aglomerado da Pedreira Prado Lopes, na capital.   Ele era procurado por homicídio, posse e porte ilegal de arma de fogo, formação de quadrilha e tráfico de drogas. Entre seus principais comparsas estão seu irmão Raimundo Peixoto de Souza e Luiz Fernando de Souza, o Fernandinho Beira-Mar.