(Paulo Leonardo/intervenção Welbert Batista)
Se, em 2008, o nome Voyage era garantia de boa vendagem para Volkswagen, hoje a alcunha do sedã que fez sucesso nas décadas de 1980 e 90 não tem mais o mesmo apelo. Literalmente encolhido pela concorrência, o modelo ficou apertado e carente de recursos de comodidade que são realidade em demais sedãs populares. Andamos na versão Evidence, integrante da linha 2015, que tem como atrativo o acabamento dos bancos em couro tipo Alcantara, frisos cromados e enormes rodas aro 16, e que não sai por menos de R$ 53.150.
Na verdade, a VW tenta tapar um buraco pela falta de um sedã intermediário, entre Voyage e Polo Sedan (que está à beira da morte). Enquanto Fiat, Chevrolet, Renault e Nissan vendem seus populares espaçosos, o
Voyage peca pelo espaço apertado e a motorização mais fraca da turma.
Para compensar, o Voyage Evidence apela para um pseudo luxo. Quem entra no sedã e vê o revestimento dos bancos até se empolga, mas basta deslizar as mãos sobre o restante do acabamento para perceber que se trata do velho plástico duro e vagabundo, presente em todo popular vendido no Brasil.
Outro senão do Voyage, e que se estende a toda família (Gol e Saveiro) é a falta de um sistema de entretenimento com navegador GPS integrado ao painel. Itens que são realidade no Cobalt, Prisma e Logan.
De resto, ele oferece todo conteúdo obrigatório em um carro que custa mais de R$ 50 mil, como trio elétrico (vidros, travas e retrovisores elétricos), direção hidráulica, ar-condicionado, sensor de ré e acendimento automático dos faróis.
Como não tem um porta-malas tão grande como os de seus concorrentes, a VW oferece uma espécie de “organizador”, batizado de S.A.V.E, que nada mais é do que umas ripas de compensado revestidas de carpete, que só tem utilidade se o amigo for entregador de pizza. Além de dificultar o acondicionamento de volumes grandes, ainda custa a bagatela de R$ 535.
Por outro lado, o Voyage mantém seus méritos, como a boa dirigibilidade e baixo consumo de combustível. O veterano motor 1.6 litro 8v de 104 cv tem consumo combinado (urbano e rodoviário) na ordem 10,5 km/l, abastecido com álcool.
Bom, é evidente que a Volks tem rebolado para conseguir atingir faixas de preço com um mesmo produto. O problema é que o Voyage não suporta concorrer com rivais maiores e mais bem equipados. Seu lugar de direito é entre os populares de entrada, até R$ 40 mil.
FICHA TÉCNICA
VW Voyage Evidence 1.6
COMPRIMENTO 4,21 m
LARGURA 1,65 m
ENTRE-EIXOS 2,46 m
ALTURA 1,46 m
PORTA-MALAS 480 l
TANQUE DE COMBUSTÍVEL 55 l
PESO 1.043 kg
MOTOR
4 cil. em linha 1.6 litro 8v bicombustível
POTÊNCIA
104 cv a 5.250 rpm
TORQUE
15,6 mkgf a 2.500 rpm
TRAÇÃO
dianteira
TRANSMISSÃO
manual de cinco marchas
SUSPENSÃO
independente McPherson, na frente, e eixo de torção, atrás
FREIOS
a discos ventilados e com ABS, na frente, e com ABS, a tambores, na traseira
PNEUS
195/50 R16
CONSUMO COMBINADO
(urbano/rodoviário)
10,5 km/l abastecido com álcool
VELOCIDADE MÁXIMA
não divulgada
ACELERAÇÃO
0 a 100 KM/H
não divulgada
CONTEÚDO
Banco do motorista com ajuste de altura; volante regulável com funções de rádio, telefonia e computador de bordo; direção hidráulica; ar-condicionado; trio elétrico; rádio com CD, leitor MP3, entradas auxiliares (USB e SD Card) e Bluetooth; sensor de estacionamento com mostrador gráfico; computador de bordo; rodas de liga leve; faróis de neblina; airbag duplo e freios ABS. OPCIONALMENTE, câmbio automatizado I-Motion e revestimento dos bancos em couro.
PREÇO
básico R$ 53.150
avaliado R$ 55.918
completo R$ 57.859