O vereador afastado Wellington Magalhães (PSDC), acusado de desviar R$ 30 milhões da Câmara Municipal, voltará a exercer seu mandato assim que o Legislativo for notificado sobre o habeas corpus de soltura conseguido pelo parlamentar. Magalhães deixou a cadeia provisoriamente na noite de terça-feira (29), após ficar 35 dias preso em uma sala individual da Penitenciária Nelson Hungria.
Afastado do cargo no último dia 26 de abril, um dia após se entregar à polícia — depois de ter passado uma semana foragido — o parlamentar está em casa, segundo o advogado Leonardo Salles, aguardando a Câmara ser comunicada sobre o habeas corpus.
“Ele está tranquilo, aproveitando a família e agora responderá ao processo em liberdade. Mas, ele quer voltar a exercer suas funções parlamentares para as quais foi eleito pela população”, disse Salles.
De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara, o afastamento de Magalhães foi motivado pela prisão preventiva. Com o habeas corpus concedido pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a prerrogativa do afastamento se torna nula. Até ontem, porém, o presidente da Câmara, Henrique Braga (PSDB), não havia sido comunicado sobre a decisão judicial.
Denúncias
Nesta quarta-feira (30), após a Comissão Processante que analisa a cassação de Wellington Magalhães decidir pela continuidade dos trabalhos na Câmara, a defesa do vereador pediu para que a Comissão corresse em sigilo, com reuniões fechadas ao público — o que foi negado pelo relator, vereador Reinaldo Gomes (MDB).
O emedebista informou que, na semana que vem, começam as oitivas com testemunhas de defesa e acusação. Entre elas, será intimado a depor o delegado chefe da Polícia Civil, João Octacílio Silva Neto.
Segundo Gomes, a Comissão recebeu informações sobre uma possível relação entre o delegado e Magalhães, que poderiam afetar o processo.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que não foi notificada sobre a intimação do delegado João Octacílio.