Workshop incentiva produção de oleaginosas no Norte de Minas

Jornal O Norte
28/07/2010 às 09:29.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:34

Janaína Gonçalves


Repórter

Foi realizado na manhã de ontem, 27, na sala Geraldo Freire, um workshop sobre a produção de oleaginosas no Norte de Minas. Durante o evento, o professor da Universidade Federal de Viçosa Aziz Galvão da Silva Júnior salientou o potencial do Norte de Minas para a produção de oleaginosas, como alternativa de geração de renda.

XU MEDEIROS





O professor da Universidade Federal de Viçosa Aziz Galvão da Silva Júnior salientou o potencial do Norte de Minas para oleaginosas
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- O workshop é uma forma de mostrar para os produtores rurais o benefício que o plantio das oleaginosas traz. Além disso, vem dinamizar a produtividade de uma região semi-árida. Alternativas como o desenvolvimento da tecnologia podem ser uma das grandes portas para que os produtores obtenham resultados satisfatórios com o investimento - afirma.

A secretaria municipal de Agropecuária e Abastecimento espera que, com o evento, cresça o número de adeptos ao plantio de oleaginosas, bem como de algodão, coco macaúba, girassol e mamona.

Conforme o coordenador da APL Biodiesel em Montes Claros, Maxwell Fonseca Rocha, o evento é de extrema importância, uma vez que o número de produtores rurais que investem em oleaginosas está aquém da cadeia produtiva.

- A estação chuvosa no Norte de Minas é apenas de quatro meses. Cultivar as sementes em recipientes pequenos com um manejo direcionado ajuda no seu crescimento e desenvolvimento ao ser colocado numa área maior - diz.

O coordenador técnico do programa Biodiesel da Emater, Reinaldo Nunes de Oliveira, tem semelhante opinião.

- No Norte de Minas há 10 mil produtores que investem na produção de oleaginosas, mas em Montes Claros menos de 50 aderiram ao cultivo. Hoje temos uma fábrica com capacidade de produzir 200 mil hectares de mamona, o que corresponde a 40 mil empregos, ou seja, oportunidade única de geração de renda. Além disso, é preciso mudar a visão dos produtores, mostrando a eles o potencial que esta produção traz. O desafio agora é dar condições aos agricultores familiares para atender esse novo mercado sem ser engolidos pelos gigantes do agronegócio - diz.

De um lado, o ministério do Desenvolvimento Agrário avalia que o programa de biodiesel terá forte impacto no campo e procura desenvolver mecanismos para estimular a entrada, de forma qualificada, da agricultura familiar nessa cadeia produtiva. De outro lado, importantes organizações do movimento dos pequenos agricultores, como a Contag - Confederação nacional dos trabalhadores da agricultura, reconhecem os esforços do governo e apontam algumas ações consideradas importantes.

O produtor rural José Barbosa Filho, conhecido também por Zinga, do município de Catuti, afirma que já é possível encontrar algumas facilidades com o apoio do governo federal.

- Acredito que o plantio tem tudo para crescer, bem como a produção de algodão, que é destaque na cidade - afirma.

Barbosa explica que o projeto na região ainda é pequeno, mas abrange em torno de 63 produtores rurais no cultivo de algodão, com cerca de 380 hectares de produtividade. Para ele, é viável a produção no município, uma vez que o caroço do algodão sai em torno de R$ 0,50.

- Só na região, já foram comercializados, na safra anterior, 450 mil quilos de caroço - diz.

O presidente da Coopecart - Cooperativa de Catuti, Francisco de Deus Correa de Melo, afirma que a cooperativa tem três anos de existência e a cada ano mais produtores acreditam no cultivo da oleaginosa.

- A participação dos produtores só os beneficia, pois é fonte de renda e emprego, para melhorar a qualidade de vida da população do município - finaliza.

O evento contou com a participação de Marcelo Franco da APL - Arranjo Produtivo Local, dos professores Francisco de Paula Antunes Lima e Aziz Galvão da Silva Júnior de Viçosa, de técnicos da Petrobrás, além de dos agentes financeiros BDMG, Sicoob, Banco do Brasil e Banco do Nordeste.

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