(Divulgação)
A Zurich Airport,um dos braços da BH Airport – concessionária que administra o aeroporto de Confins – ameaça vender a parte dela na concessão do terminal caso a Justiça autorize a volta dos voos de grande porte ao aeroporto da Pampulha. A afirmação foi feita ontem pelo CEO da empresa suíça, Stefan Conrad, que esteve em Belo Horizonte para tratar de negócios envolvendo a BH Airport e a viabilização de novas rotas. O Grupo CCR também faz parte da concessão.
Em evento com representantes do setor, Conrad afirmou que a Zurich Airport aguarda a determinação da Justiça em relação à reativação dos grandes voos na Pampulha, mas que essa possibilidade já compromete os investimentos no aeroporto de Confins, previstos em contrato, especialmente nas áreas de embarque e em melhorias que visem a aumentar o conforto do passageiro.
O diretor-executivo ainda condiciona a construção da segunda pista em Confins, também prevista no acordo de concessão, ao imbróglio envolvendo o terminal da Pampulha.
Segundo a Zurich, o aeroporto de Confins tem capacidade para transportar 20 milhões de passageiros por ano e que, atualmente, recebe 10 milhões. A empresa afirma que se a Pampulha voltar a receber os jatos de grande porte, Confins perde mais de dois milhões de usuários por ano, o que inviabilizaria futuros investimentos no terminal.
Caso esse cenário se concretize, a Zurich afirmou que pretende vender sua parte na concessão, considerando que a operação em Confins se tornaria inviável. Conrad considerou uma questão política a possível volta dos voos na Pampulha .
Procurada pela reportagem para comentar as declarações do CEO da Zurich Airport, a Infraero, estatal que administra o aeroporto da Pampulha, não se posicionou até o fechamento desta edição.
Já a BH Airport afirmou que não vai comentar o assunto.
Imbróglio
Em dezembro do ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) publicou uma decisão cautelar proibindo voos comerciais interestaduais na Pampulha até que o caso seja julgado. Não há previsão de quando processo vai volte à pauta.
Entretanto, apesar de não anular o efeito prático da decisão do TCU, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou, em setembro, uma portaria autorizando o terminal a receber aeronaves classificadas como 4C, que têm capacidade para carregar mais passageiros.