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A dermatite atópica, doença inflamatória crônica que afeta cerca de 20% das crianças e até 3% dos adultos, pode se agravar com a chegada do verão. Isso porque o calor, o suor, a umidade, o uso do ar condicionado, e até mesmo o cloro da piscina, podem estimular crises da doença, que não tem cura e possui forte influência hereditária, causada por um desequilíbrio do sistema imunológico.
Com as crises, a secura da pele, coceira extrema, lesões, rachaduras, inchaço e vermelhidão são sintomas que geram muito desconforto para os pacientes. Confira 7 dicas para prevenir a dermatite atópica no verão:
1) Sol faz bem, mas com moderação
Se expor ao sol de 15 a 30 minutos por dia pode ser um bem à saúde, ajudando na absorção do cálcio pelo organismo e o fortalecimento do sistema imunológico. Porém, o excesso pode ser causar irritação da pele. O uso de protetores solares para os pacientes é liberado, principalmente os para peles sensíveis, antes e depois de nadar, mesmo que o dia não seja de muito sol. Caso seja necessário o uso de repelente, esse deve ser passado após o protetor.
2) Banhos de mar e de piscina
A água salgada tem um poder anti-inflamatório que pode ser benéfico para quem tem dermatite atópica, mas não é indicada para quem apresenta a doença nas formas moderada a grave, principalmente se a pele tiver fissuras ou infecções secundárias. Por causa do cloro, os banhos de piscina devem ser seguidos de duchas e hidratação.
3) É importante manter sempre a hidratação
A pele ressecada pode causar microfissuras, facilitando o contato com agentes que desencadeiam os sintomas da doença. Por isso, mantê-la sempre hidradata é aconselhável, recomendando-se utilizar loção sem perfume, ao menos duas vezes ao dia, de preferência sobre a pele já úmida. No verão, os hidratantes mais leves, de absorção rápida, são os mais indicados.
4) Ar condicionado: melhor evitar
A higienização de ventiladores e ar condicionados devem ocorrer sempre, evitando a proliferação de fungos e bactérias que podem causar a irritação da pele. Uma solução para o verão é o uso de umidificadores, amenizando a falta de umidade no ambiente, principalmente quando se faz uso do ar condicionado, pois o aparelho torna o ar mais seco.
5) Prática de esportes com moderação pode ser benéfica
Praticar esportes e atividades ao ar livre podem trazer benefícios para a saúde mental e física. Porém, no verão, o aumento da transpiração pode levar a sensação de coceira, agravando os sintomas da dermatite atópica. É necessário avaliar cada caso, mas se exercitar com moderação e utilizar proterores específicos, que penetrem mais rapidamente na pele e tenham um tempo maior de duração, é o mais indicado.
6) Usar roupas leves
O ideal é o uso de roupas leves, arejadas, de tecidos naturais como algodão, que ajudam na transpiração. Tecidos sintéticos devem ser evitados. Para praias ou piscinas, roupas com proteção solar é uma sugestão. Crianças e adultos devem evitar o uso de roupas úmidas sobre o corpo.
7) Cuidar do aspecto emocional e da autoestima
A autoestima dos pacientes pode ser atingida pelo constrangimento e estigma causados pelas lesões da pele. No verão, com o uso de roupas mais leves, os sintomas ficam mais evidentes. Um estudo aponta que 51% dos pacientes com a doença em sua forma moderada ou grave apresentam sinais de ansiedade e depressão. Por isso, estar próximo de amigos e familiares que não tenham preconceito com a dermatite atópica, além de acompanhamento médico e psicológico, são importantíssimos para o bem-estar dos pacientes.
Fonte: dermatologista Cristina Laczynski, mestre da Faculdade de Medicina do ABC, coordenadora de estágio em dermatologia da instituição e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)