DESACELERAÇÃO

Balanço mostra recuo da dengue em BH no mesmo dia em que Minas anuncia recorde de mortes

Apesar do número de óbitos, pico da epidemia já ficou para trás, informa Ministério da Saúde

Da Redação*
portal@hojeemdia.com.br
22/04/2024 às 18:03.
Atualizado em 22/04/2024 às 18:45
Desde o começo do ano, Minas conta com mais de 1 milhão de pessoas diagnosticadas com dengue (Amira Hissa/ PBH)

Desde o começo do ano, Minas conta com mais de 1 milhão de pessoas diagnosticadas com dengue (Amira Hissa/ PBH)

No dia em que em foi noticiado o recorde de mortes por dengue em Minas, em toda a série histórica (288), Belo Horizonte divulgou queda no número de atendimentos a pessoas com a doença na rede pública no fim de semana. No sábado (20) e domingo (21), 368 pessoas buscaram os três centros de saúde que ficaram abertos - uma queda de 64% em relação ao fim de semana anterior.

De acordo com a prefeitura da capital, considerando todos os locais da rede SUS-BH abertos para atender sintomáticos de arboviroses, foram acolhidos 1.161 pacientes no último fim de semana e 2.025 nos dias 13 e 14 de abril, uma redução de 42%. 

Minas está entre as 10 unidades da federação com tendência de queda no número de casos de dengue. Entre 7 e 13 de abril, foram registrados quase 11 mil casos da doença — uma queda em relação aos mais de 30 mil verificados na semana imediatamente anterior.

Desde o começo do ano, o Estado conta com mais de 1 milhão de pessoas diagnosticadas com dengue. Os dados foram divulgados no último dia 17 de abril pelo Ministério da Saúde.

As outras unidades com tendência de queda são: Goiás, Espírito Santo, Distrito Federal, São Paulo, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Santa Catarina. 

Desde o começo deste ano já foram registrados 3,3 milhões de casos de dengue em todo o país. Até agora, o Ministério da Saúde já confirmou 1,4 mil mortes pela doença. Apesar disso, a taxa de letalidade está em 0,03% ante 0,07% no mesmo período de 2023.

Segundo a Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério, Ethel Maciel, isso mostra que o pico da epidemia já ficou para trás.

“Neste momento, passamos pelo pico. Subimos a montanha e agora estamos descendo. Mas nessa descida ainda precisamos continuar em alerta”, afirma Ethel Maciel.

Segundo gestores e especialistas em arboviroses presentes no encontro de divulgação dos dados, a tendência de queda está relacionada ao fator climático, já que o país se aproxima do período mais seco e frio do ano — condições menos propícias para a proliferação do mosquito Aedes Aegypti. 

Pacientes e médicos: atenção ao 4º dia da doença
Apesar da alta incidência dos casos e da necessidade de combate ao mosquito Aedes, a dengue é uma doença que pode ser prevenida. E, para evitar a forma grave, o tratamento rápido e adequado é fundamental. A secretária Ethel Maciel explica que a dengue tem suas fases: “uma inicial com muita febre e uma segunda fase — às vezes sem febre — mas é nesse momento que os sinais de alerta podem aparecer e a pessoa precisa procurar o serviço de saúde”.

“Queria aproveitar para alertar os profissionais de saúde — não só a população — para prestarem atenção no quarto e quinto dia. A pessoa chega ao serviço de saúde, relatando que teve um diagnóstico de dengue e está se sentindo com enjoo, vômito, algum sangramento. [O profissional deve] Ficar atento porque é um caso de dengue, que está ficando grave”. 

Sintomas
Os sintomas mais frequentes da dengue são febre alta e dor de cabeça, mas é quando esses sinais começam a ir embora, que outros aparecem, como:

vômitos;
dor abdominal;
tonturas ao se levantar;
sangramento na gengiva e no nariz. 
Gestantes e pessoas com comorbidades e doenças crônicas precisam estar atentos a qualquer sintoma — e procurar imediatamente ajuda médica. A mesma recomendação do Ministério da Saúde vale para pais e responsáveis de crianças pequenas que apresentarem algum desses sinais.

Cuidados precisam continuar
Mesmo com a tendência de queda no número de casos registrados no Amazonas, a população não pode descuidar. O controle do mosquito Aedes aegypti continua sendo a melhor forma de não contrair dengue. Por isso, o Ministério da Saúde preconiza que apenas 10 minutos semanais são suficientes para vistoriar a casa e acabar com os possíveis criadouros do mosquito transmissor. Confira alguns cuidados:

  • Olhar garrafas, pneus, calhas, caixas d'água;
  • Verificar o recipiente atrás da geladeira e climatizador;
  • Inspecionar plantas e pratos que acumulem água;
  • Verificar todo e qualquer local que tenha possibilidade de ter água parada;
  • Telas e proteções nas janelas também são indicadas, além dos repelentes.

* Com Agência Brasil 61

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