'marvada' valiosa

Cachaça mineira ganha o mundo e Estado salta da 5ª para a 3ª posição no ranking de exportações

Janaína Fonseca*
jmaria@hojeemdia.com.br
Publicado em 05/01/2023 às 07:30.
Cachaça feita em Minas rompe fronteiras: vendas para outros países saltou 135% de janeiro a novembro de 2022, rendendo US$ 2,069 milhões em divisas ao Estado (Larissa Durães/O NORTE)

Cachaça feita em Minas rompe fronteiras: vendas para outros países saltou 135% de janeiro a novembro de 2022, rendendo US$ 2,069 milhões em divisas ao Estado (Larissa Durães/O NORTE)

A branquinha, ou amarelinha, tão apreciada pelos brasileiros tem caído cada vez mais no gosto dos consumidores de outros países, principalmente o produto mineiro. O valor de exportações da cachaça brasileira bateu recorde dos últimos 12 anos em 2022, com um crescimento de mais de 54% em valor e 30% em volume nas exportações do produto, em comparação com 2021.

E o produto mineiro ganhou destaque, com alta de 135% no valor das vendas para o mercado externo de janeiro a novembro de 2022. Os embarques da “marvada” renderam US$ 2,069 milhões em divisas ao Estado, que saltou da quinta para a terceira posição no ranking dos exportadores da bebida, atrás apenas de São Paulo e Pernambuco.

“O que a gente perde em relação a esses dois estados é que eles produzem cachaças industriais. São produtos feitos em milhões de litros, por isso exportam milhões de litros. Esse é o motivo de Minas ter ficado em terceiro lugar”, diz o presidente da Associação dos Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas (Apacs) e administrador da Cachaça Havana, Cléber Santiago.
 
No período, foram embarcados 378 mil litros, volume 86% superior ao registrado em igual intervalo de 2021. Os dados são do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), retirados do Comex Stat, do Ministério da Economia.
Assumindo a terceira colocação, o Estado passou a responder por 11,2% do valor exportado pelo Brasil. No mesmo período de 2021, o volume direcionado ao mercado externo representou 4,4% do país e manteve o Estado em quinto lugar, atrás de São Paulo, Pernambuco, Paraná e Rio de Janeiro.

Atualmente, a cachaça brasileira é exportada para 72 países. Em termos de valor exportado, os principais destinos são os Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Itália, França e Paraguai (IMA/Divulgação)

Atualmente, a cachaça brasileira é exportada para 72 países. Em termos de valor exportado, os principais destinos são os Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Itália, França e Paraguai (IMA/Divulgação)

 Retomada
No Brasil, a venda da bebida rendeu US$ 18,47 milhões – foram 8,6 milhões de litros, ou 30,38% a mais. Esses números, segundo o Ibrac, refletem um setor em plena retomada.

Atualmente, a cachaça brasileira é exportada para 72 países. Em termos de valor exportado, os principais destinos são os Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Itália, França e Paraguai.

“Este período (janeiro a novembro de 2022) representa US$ 18,47 milhões em valor exportado. Esse é o maior valor exportado dos últimos 12 anos e é, inclusive, um valor de exportação bem superior ao período pré-pandemia, quando foi registrado US$ 14,60 milhões em valor de exportação, no fechamento de 2019”, destaca Carlos Lima, diretor executivo do Ibrac.

Para dar impulso à retomada, Lima salienta um conjunto de iniciativas realizadas pelo instituto, em parceria com entidades comprometidas com o setor, direcionadas à valorização e ao reconhecimento da cachaça no mercado internacional. 

“Os números deste ano precisam ser comemorados e esperamos que no mercado interno também possamos comemorar”, enfatiza Lima. Hoje, segundo o Anuário da Cachaça (dados de 2021), há 4.969 produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e 936 estabelecimentos produtores.

*Colaborou Larissa Durães, de O NORTE

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