(Luiz Costa)
O chef de cozinha acusado de assédio e tentativa de estupro por uma funcionária de um restaurante da capital prestou depoimento pela primeira vez sobre o caso na Delegacia Especializada de Proteção à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência, que fica no Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Ele foi ouvido nessa quarta-feira (15) pela delegada responsável pelo caso, Camila Miller, que não adiantou o teor das declarações. No início de fevereiro, a vítima já havia prestado depoimento. Segundo a Polícia Civil, o prazo para conclusão do inquérito é de até 60 dias.
Relembro o caso
De acordo com relatos publicados no fim de janeiro na rede social por uma amiga da auxiliar de cozinha, a jovem teria sido assediada por várias vezes pelo chef e, como era casada e precisava trabalhar, não denunciou o homem."Convites para ir ao motel, propostas de empréstimos em troca de sexo, tapas na nuca (...) e outras frases que eu nem gostaria de repetir aqui como ‘seus peitos vão caber direitinho na minha boca". A jovem se calou, com medo de perder o emprego, renda crucial para sustentar os 4 filhos", publicou na ocasião.
Ainda de acordo com o texto, o chef teria tentado estuprar a funcionária. Ele a teria levado até o carro, puxado o avental dela, abaixado as calças, pegado a mão dela e levado até seu órgão genital. Mas ela teria conseguido fugir. Após o incidente, a jovem teria adoecido e foi afastada do trabalho pelo psiquiatra. O Boletim de Ocorrência foi registrado algumas semanas depois.
O Café com Letras, restaurante onde os dois trabalhavam, informou também em publicação no Facebook que todas a medidas necessárias que o caso exige foram tomadas, inclusive demitindo do chef em questão. "Ao longo dessa longa história é a primeira vez que um funcionário foi acusado de assediar outro. (...) E o que o Café fez? Em primeiro lugar, escutou o relato das pessoas. Em seguida, tomou o curso de ação que julgou mais apropriado. A partir do momento que a direção soube do acontecido, que aconteceu no dia 15 de janeiro, o processo durou cerca de 48 horas. O chefe de cozinha foi demitido".
Quanto à funcionária, ela foi mantida na empresa e recebeu atendimento médico. "No caso em questão agendamos médicos, acompanhamos ao hospital e prestamos todo o apoio necessário", informou a publicação.