(Lucas Prates)
Ainda não há previsão para o fim das medidas de isolamento social para evitar a propagação do coronavírus em Minas. O cenário foi destacado pelo secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, em entrevista à Rádio Itatiaia, nesta segunda-feira (13). A previsão do governo é de que o pico da doença possa ocorrer entre maio e junho.
"É uma epidemia longa. Nós entendemos que maio e junho serão épocas de maior transmissão. Não dá pra pensarmos em voltar a uma vida normal antes de junho. Algum grau de isolamento será mantido. Da forma que é hoje vamos ajustando conforme o andamento da epidemia. Temos vários estudos para entender os impactos de cada setor", destacou Amaral.
O secretário disse ainda que a orientação de isolamento social será analisada semanalmente pelo governo. “Nós estamos focados neste controle de manter o isolamento, independentemente do grau que ele for. Existe as evidências de que benéfico, então, vamos manter”, completou.
Leitos
De acordo com a Secretaria de Saúde, o número de leitos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais saltou de 11.625 para 12.625, sendo cerca de 6 mil ocupados por pacientes diversos - não só os infectados pela Covid-19.
A maior preocupação está relacionada com os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A ideia do governo é dobrar a capacidade, passando dos atuais 2.013 para cerca de 4 mil.
Segundo Carlos Eduardo Amaral, 540 leitos de UTI estão praticamente prontos, precisando apenas de financiamento e de finalização do processo de habilitação. Mas o secretário informou que é complicado conseguir o restante da estrutura para atendimento de urgência até o começo de maio, quando há a previsão para o início do pico da pandemia no Estado.
“Falar em 1.500 leitos até início de maio seria arrojado demais, mas temos que lembrar que temos leitos que dependem de contratação do RH, de ventiladores”, explicou.
Amaral acrescentou que cerca de 45% de leitos de UTI estão ocupados em Minas e reforçou o pedido para a população, se possível, ficar em casa. “Se as medidas de isolamento continuarem, teremos um pico menor e ainda mais postergado e a capacidade de acoplar a demanda à oferta deve ser melhor”.
Subnotificações
O secretário de saúde falou sobre a possibilidade de subnotificação. Segundo ele, essa situação é encarada com normalidade em meio a uma epidemia. “Diante da realidade de haver a subnotificação, é importante lembrar que as notificações são marcadores pra gente (orgãos de saúde). Um caso informado significa que pode ter outros casos ali. Então, quando nós temos vários casos notificados, mesmo que não sejam feitos exames, mostram que está acontecendo uma pressão em uma região ou outra”, ressaltou.
Amaral também explicou o motivo dos números do governo, muitas vezes, serem diferentes dos casos notificados pelos municípios. "Cada prefeitura tem sua estatística e ela tem que alimentar a rede estadual de dados para que sejamos comunicados. Pequenas diferenças normalmente acontecem. Em 48h, no máximo, eles comunicam ao Estado e entramos em alinhamento", explicou.
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