(Jane de Araújo/Agência Senado)
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, vai ouvir, nesta quinta-feira (2), os engenheiros Makoto Namba e André Jum Yassuda, da Tüv Süd Brasil, empresa contratada pela mineradora Vale para fazer auditorias nas barragens, incluindo a da Mina do Córrego do Feijão, que se rompeu em 25 de janeiro deste ano. Até esta quarta-feira (1), a Defesa Civil do Estado contabiliza 233 mortos e 37 desaparecidos na tragédia.
Os dois profissionais são os responsáveis pelo laudo de estabilidade da barragem de rejeitos que se rompeu em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O objetivo da CPI é apurar as causas do rompimento da estrutura naquele município da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Quatro dias após o desastre, a juíza Perla Saliba Brito determinou a prisão de Namba e Yassuda. Eles eram coordenador do projeto e consultor em geotecnia, respectivamente. Outros três funcionários da Vale responsáveis pela barragem foram detidos com a dupla. Na decisão, a magistrada justificou a detenção citando "delitos perpetrados na clandestinidade" e afirmando que "havia meios de se evitar a tragédia".
No dia 6 de fevereiro, a sexta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou o pedido de liberdade dos dois engenheiros da Tüv Süd e dos três funcionários da mineradora. Na ocasião, o advogado dos dois técnicos veio a público um dia antes descartando a possibilidade de um acordo de delação premiada por parte deles.
E-mais
No dia 6 de fevereiro, a Rede Globo divulgou os dois técnicos demonstraram ter consciência dos perigos de rompimento da barragem em depoimento à Polícia Federal. Durante questionamento a Namba, o delegado da PF cita e-mails trocados entre funcionários da Vale, da TÜV SÜD e da Tec Wise, outra empresa contratada pela mineradora. As mensagens começaram em 23 de janeiro, às 14h38, e se prolongaram até as 15h5 do dia seguinte, um dia antes da barragem se romper.
A barragem se rompeu no horário de almoço, derramando cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos que atingiram a parte administrativa da empresa, uma pousada, comunidades próximas e o Rio Paraopeba.
André Yassuda e Makoto Namba foram chamados também para depor na CPI do Senado que apura o rompimento da barragem em Brumadinho. No dia 3 de abril, eles participaram de reunião dessa comissão, mas ficaram calados. Isso porque obtiveram no Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da ministra Rosa Weber, um habeas corpus garantindo-lhe o direito ao silêncio naquela sessão.
(com informações da ALMG)