(Dione Afonso/Especial para o Hoje em Dia)
A Polícia Civil interditou a creche Gente Inocente, em Janaúba, no Norte do Estado. Nessa quinta (5), um vigia da escola ateou fogo ao próprio corpo e queimou crianças e professoras.
Segundo a assessoria da PC, a interdição é para preservar o local. Nesta sexta-feira, policiais estão realizando os trabalhos de perícia. O delegado Bruno Fernandes é o responsável pelas investigações.
Investigações
O incêndio que matou cinco crianças e uma professora na Creche Municipal Criança Inocente, em Janaúba, norte de Minas, ocorreu no meio da festa de dia das crianças, antecipada por causa do feriado na semana que vem. Com uma mochila nas costas e um pote azul nas mãos, o vigilante Damião Soares dos Santos, de 50 anos, entrou no salão, fechou a porta e atraiu a atenção das crianças. "Eu vou dar picolé para vocês."
Silva atirou álcool nos alunos e no próprio corpo, depois ateou fogo. Segundo as investigações, o ato foi premeditado e ocorreu no aniversário de três anos da morte do pai do vigilante. No momento do atentado, apenas as crianças do berçário não participavam da festa. A dinâmica do crime foi relatada por testemunhas à Polícia Civil, que falou com a imprensa nesta sexta-feira (6).
De acordo com o delegado Renato Nunes Henriques, chefe do Departamento da Polícia Civil de Montes Claros, responsável pela região, Silva, de fato, fabricava picolé em casa. Por isso, ele comprava etanol, usado como insumo na produção e guardava em casa (misturado com água, o álcool mantém a temperatura mais baixa).
"A investigação, agora, é para traçar o perfil psicológico dele", afirmou o delegado. "Ele começou a demonstrar transtornos em 2014, quando foi ao Ministério Público denunciar que a mãe estava envenenando a comida dele mas era mentira." Para vizinhos da creche, o vigilante parecia uma pessoa normal. "Ele não mostrava isso para a sociedade."
Ao longo da semana, familiares relataram que Silva repetiu, ora que daria um presente a eles, ora que iria morrer.
* Com Estadão Conteúdo
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