(Divulgação)
O nível de deslocamento do talude norte da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas, atingiu 21 centímetros (cm) por dia em pontos isolados. Conforme a Agência Nacional de Mineração (ANM), a velocidade média de deformação em todo o talude é de 17,8 cm por dia. O levantamento é desta segunda-feira (27).
A expectativa dos órgãos de segurança é que o talude se rompa a qualquer momento. O prazo oficial para a ruptura dele encerrou-se no último sábado (25). A Vale, responsável pelo Complexo Gongo Soco, não divulgou uma nova projeção para o rompimento do paredão.
De acordo com a ANM, o talude norte da cava de Gongo Soco estava se deslocando 10 cm por ano desde 2012, um deslocamento aceitável dado a dimensão da estrutura, mas neste ano começou a acelerar sua movimentação.
Perigo em barragem
A grande preocupação com o desabamento do talude é de que a vibração causada seja suficiente para romper a barragem de rejeitos Sul Superior da mina, que fica a 1,5 quilômetro (km) da cava. Caso isso ocorra, em cerca de cinco minutos o distrito de Barão de Cocais mais próximo da estrutura pode ser atingido.
Caso isso acontece, o mar de lama provocaria a devastação de parte do município e de outras duas cidades vizinhas - Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. Nas três cidades, a população que precisará ser retirada de casa para não ser levada pela lama ultrapassa 10 mil pessoas. Todos esses municípios já passaram por simulados de evacuação para saber para onde correr em caso de rompimento da barragem.
Risco
A barragem Sul Superior teve nível de segurança elevado a 3, que indica risco iminente de ruptura, em 22 de março. No dia 13 deste mês, a Vale informou às autoridades que o talude da mina da represa poderia desmoronar, ocasionando abalo sísmico que poderia fazer com que a Sul Superior se rompesse.
*Com Agência Brasil