Velho Romeno

Duster passa a ser a única opção de SUV da Renault e a escolha para quem busca um utilitário raiz

Marceçp Jabula
@mjabulas
Publicado em 05/11/2023 às 08:15.
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

O Renault Duster venceu! Isso mesmo, ele concorreu com o irmão Captur por longos seis anos e, no final, o veterano foi escolhido pela seleção natural do mercado. E não por menos: o Captur era um Duster de butique. Os dois compartilhavam a mesma plataforma, motores e equipamentos. 

Com a chegada da segunda geração do Duster, no início de 2020, a disparidade aumentou. A Renault bem que tentou prestigiar o Captur dando a ele o motor TCe 1.3 turbo de 170 cv, mas depois que ele foi aplicado ao irmão, as coisas se complicaram ainda mais. 

A pá de cal do Captur foi a guerra entre Rússia e Ucrânia. Com o fim das operações da Renault no maior país do mundo, passaram a faltar peças para montagem do SUV por aqui, já que parte dos componentes era feita lá.

E assim o Duster venceu a briga interna. Mas não significa que ele tem vida fácil no mercado. Com 20 mil unidades licenciadas, o SUV franco-romeno é o 12º do segmento e não tem fôlego para maiores ambições.

Testamos a versão topo de linha Iconic 1.3 TCe, que tem preço inicial de R$ 149 mil. É um carro que briga num segmento aquecido e seu preço está longe de ser o mais convidativo, uma vez que modelos como Tracker e Renegade têm preços iniciais bem mais em conta –e todos eles com motores turbo. 

Mas o Duster turbo é caro porque seu motor é importado. E isso acaba o deixando menos competitivo. Mas vamos ao carro. O Duster Iconic 1.3 TCe não difere em nada do mesmo Duster que testamos em 2022. Seus predicados são o bom desempenho e consumo do motor 1.3 de 170 cv e 27,5 kgfm de torque, combinado com caixa CVT, que tem consumo declarado pelo Inmetro na ordem de 7,7 km/l (etanol) e 10,8 km/l (gasolina), na cidade. 

Ainda segundo o programa de etiquetagem, o SUV tem médias rodoviárias de 8,4 km/l (etanol) e 11,5 km/l (gasolina). Em nossas medições, abastecido com gasolina, ele registrou 12,1 km/l, mas num trajeto misto de aproximadamente 500 km, sendo 260 km na estrada.

O espaço interno é outro ponto positivo do Duster. Há muito espaço para cinco ocupantes e um ótimo porta-malas de 475 litros. Para quem busca um carro para viajar com a família, são fatores interessantes. 

Mas por outro lado, o Duster é um carro bastante despojado de itens de segurança. Tem apenas airbags frontais e não conta com assistentes de condução. Por R$ 2 mil a mais, o consumidor tem o Honda HR-V EX, que oferece seis bolsas. 

A lista de equipamentos do Duster é trivial. Computador de bordo, multimídia com conexão para Android Auto e Apple CarPlay e quatro câmeras), climatização digital de uma zona, partida sem chave, vidros e retrovisores elétricos completam o pacote. Com exceção das lentes múltiplas, nada que não seja padrão no segmento.

Assim, o Duster se mostra como uma opção para quem faz questão de muito torque e espaço interno. Mas quando se privilegia itens de segurança e assistentes de condução, o franco-romeno fatalmente é uma vítima da seleção natural do mercado. Darwin explica!

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