Próximo momento crítico está previsto para época de chuvas, de novembro a maio, com proliferação de mosquitos transmissores de arboviroses
Fábio Baccheretti, secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (Fernando Michel/ Hoje em Dia)
Com mais de 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, Minas vive o pior ano epidêmico de arboviroses. A afirmação é do secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, que na tarde desta quarta-feira (7) anunciou investimento de R$ 163 milhões para que municípios se preparem para enfrentar o próximo período sazonal das doenças provocadas pelo Aedes aegypt.
Além da dengue, foram registrados mais de 150 mil casos de chikungunya e 227 casos prováveis de zika, o que preocupa a população e as autoridades.
“Temos mosquitos e vírus circulando no nosso estado, então estamos nos preparando antes do período chuvoso. Não podemos esquecer que os ovos do mosquito Aedes aegypti já estão depositados em diversos locais e irão acumular mais devido à água das chuvas”, afirmou Baccheretti.
O secretário reforça o alerta para que a população redobre a atenção com locais de água parada e evitar a proliferação do mosquito.
“Estamos chamando a população para poder fazer essa inspeção para que quando as chuvas chegarem não tenha nenhum ovo próximo de eclodir”.
O período sazonal de chuvas, que tradiconalmente vai de novembro a maio, propicia a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela, e do mosquito pólvora (ou maruim), que transmite a febre oropouche, doença diagnosticada pela primeira vez no estado em 2024.
Do valor investido, R$ 120 milhões serão destinados aos planejamentos dos municípios para ações em cada território, sendo R$ 90 milhões pagos ainda em 2024 e os outros R$ 30 milhões nos primeiros meses de 2025. Cada município receberá recursos proporcionais ao número de habitantes.
Outros R$ 28 milhões serão destinados para que os consórcios intermunicipais de saúde contratem serviços complementares de Ultra Baixo Volume (fumacê), como estratégia de combate ao vetor.
Além disso, serão destinados R$ 15 milhões para a continuidade dos trabalhos dos drones, estratégia inovadora que pretende mapear os locais com água parada e, em situações em que o Agente de Combate a Endemias tenha dificuldade de acesso, o veículo aéreo não tripulado (Vant) poderá fazer uso do larvicida, eliminando focos do Aedes aegypti.
A febre Oropouche, que chegou a Minas Gerais pela primeira vez em 2024, preocupa o secretário Fábio Baccheretti. A doença cresceu 77% no Estado nas últimas duas semanas, passando de 83 testes positivos para 147.
A preocupação com a arbovirose se dá pelo aumento do número de casos e também pela morte de duas mulheres abaixo de 25 anos e sem comorbidades na Bahia. Até 2023, Minas não havia registrado nenhum caso da doença.
Segundo o secretário, a população deve ficar atenta com a doença “nova”, principalmente as gestantes. A orientação é que as grávidas utilizem roupas compridas para evitar picadas de mosquito, enquanto as autoridades estudam outras maneiras de combater a arbovirose.
*Estagiário sob supervisão de Valeska Amorim