(Flamengo/Divulgação; Reprodução/Internet)
O goleiro Diego Alves novamente "roubou" a camisa 1 de Bruno Fernandes. Desta vez, porém, sem precisar superar o antigo desafeto - e hoje presidiário - dentro das quatro linhas. Da última partida de Bruno pelo Flamengo, na derrota por 2 a 1 para o Goiás, em 5 de junho de 2010, a esta segunda-feira (17), dia da apresentação oficial de Alves no rubro-negro, se passaram exatos 2.600 dias.
Formados nas categorias de base do Atlético, Diego e Bruno - ambos hoje com 32 anos e em situações de vida totalmente distintas - protagonizavam disputa à parte durante os treinamentos e, sem se falar no dia a dia, davam trabalho dobrado a um velho conhecido dos atleticanos: o ex-goleiro Danrlei, titular do alvinegro em 2005, era quem intermediava a abalada relação dos jovens guris.
"Lembro que a disputa entre eles era bem acirrada desde a base. Quando cheguei, o Atlético tinha perdido o Eduardo e o Velloso, por isso subiram os dois (Bruno e Diego). Sempre que possível eles evitavam falar um com o outro. Esta rixa existia, dentro de campo, mas nunca houve desrespeito", relembra Danrlei em entrevista ao Hoje em Dia.
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"Treinávamos os três e eu ficava no meio, tentando fazer um equilíbrio para não parecer que estava dando mais atenção e apoio a um deles. Era bem complicado para mim. Se eu desse um elogio para um, tinha que dar o mesmo elogio para o outro, para não gerar ciúmes. A atenção tinha que ser igual, pois eu já era um goleiro consagrado", acrescenta.
Ainda de acordo com o ex-aqueiro do Galo, a disputa entre Diego e Bruno era tão intensa que o resultado acabava respingando sobre ele. Se manter como dono da camisa 1, inclusive, se tornou tarefa bem mais difícil para o gaúcho, já que a sombra dupla se fazia cada dia maior.
"Quem se dava mal era eu, porque eles se matavam durante os treinos. Um queria mostrar que era mais capaz que o outro; pulavam para todos os lados de um jeito impressionante. Eu tinha que trabalhar dobrado por causa disso. Em um ano de treinamento ao lado deles, acho que perdi três, de tanto que cansei (risos)", brinca Danrlei. Ele acredita que Diego terá muito sucesso com a camisa rubro-negra.
Corroborando com as palavras do antigo camisa 1 do Galo, um ex-funcionário do clube (que pediu para não ter o nome divulgado) relembrou a relação conturbada entre os "pratas da casa". Segundo ele, “Bruno tinha um ciúme doentio do Diego, pois era superado na parte técnica e via o concorrente ser convocado constantemente para a Seleção”.Arquivo/Hoje em Dia
Diego x Bruno
Entrevistado na seção Papo em Dia, em novembro de 2015, Diego afirmou que a disputa com Bruno era somente dentro de campo e que jamais houve falta de respeito entre as partes. De acordo com o novo goleiro do Flamengo, clube pelo qual Bruno foi campeão brasileiro de 2009, ambos dividiram muitos aprendizados.
Em 2007, porém, quando Diego fora pré-convocado por Dunga para defender a Seleção Brasileira que disputaria a Copa América daquele ano, Bruno usou a imprensa para disparar contra o velho desafeto.
"O cara ficava no banco me secando. Sempre torceu contra mim. A gente nunca foi amigo, só colega de trabalho. Alias, jogador de futebol não tem amigo no meio. Mas hoje estou aqui no meio de grandes profissionais que torcem para mim. Sinto essa diferença aqui no Flamengo", afirmou o ex-camisa 1 em entrevista ao site Uol.
Perguntado sobre a condenação do concorrente, acusado de envolvimento na morte da ex-modelo e amante Eliza Samúdio, Diego preferiu não polemizar. Na ocasião, a definiu como "triste".
"A gente conviveu bastante tempo. Como profissional, o Bruno foi um dos melhores goleiros que eu competi para a posição. Tinha qualidades fora do normal, com certeza seria um goleiro de Seleção Brasileiro e poderia jogar aqui na Europa. Cada um tem o controle da sua vida e aconteceu este episódio que todo mundo ficou muito triste. Marcou a vida de todos os brasileiros isso", analisou o novo reforço flamenguista.Reprodução/Internet