(Marc Thele/Pixabay)
Se você quer evitar que os cabelos brancos cheguem mais cedo, uma dica: mantenha-se longe do estresse. A condição emocional pode deixar os fios grisalhos antes do envelhecimento. É o que afirma pesquisa realizada em parceria entre as universidades de Harvard (Estados Unidos) e de São Paulo (USP), publicada recentemente na revista científica Nature.
A descoberta foi “meio por acidente”. Enquanto os cientistas investigavam mecanismos de dor em camundongos de pelagem negra, perceberam que o revestimento do corpo ficava cada vez mais esbranquiçado. Desde a administração de uma injeção com substância para induzir a sensação dolorosa até a nova coloração se passaram quatro semanas.
O procedimento foi repetido várias vezes. Os estudiosos, então, concluíram que o estresse a que o roedor estava submetido mudou a tonalidade dos pêlos.
“Lutar ou correr”
O clareamento se deu porque, de acordo com os pesquisadores, houve ativação intensa do sistema nervoso simpático, que prepara o corpo para “lutar ou correr” em situações extremas, como acontece em casos de vivências estressantes e até traumas.
Como consequência, o envelhecimento das células-tronco do bulbo capilar é acelerado, promovendo a despigmentação. O processo só foi bloqueado após os animais serem tratados com um anti-hipertensivo capaz de inibir a neurotransmissão pelas fibras simpáticas.
Hora de repensar
Ainda não se sabe se os resultados podem levar ao desenvolvimento de um fármaco que possa impedir o embranquecimento do cabelo. Mas especialistas já chamam a atenção para cuidados que se deve ter com as atitudes e rotina.
“O fato de vivermos sempre fazendo várias coisas ao mesmo tempo, nos expondo a situações que causam ansiedade e chateação podem e devem ser repensadas”, destaca a psiquiatra Jaqueline Bifano.
Psicóloga do Hospital das Clínicas da USP, Silvia Resende observa que, não sendo possível ficar totalmente longe do estresse, a recomendação é saber administrá-lo. “Assim como a ansiedade normal, o estresse normal é necessário para a vida.
A especialista enfatiza que o problema se torna preocupante quando a situação é crônica. “O ideal é gerenciar a ansiedade usando a inteligência emocional para encontrar o equilíbrio, aumentando as atividades prazerosas, as interações com outras pessoas, lidando melhor com os pensamentos. A chave é viver o momento presente e evitar a ruminação dos pensamentos”.
*Com Renata Galdino
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