(Reprodução/Facebook/Grêmio Abre Alas - Estadual Central)
Às vesperas da eleição, o clima esquenta nas escolas estaduais ocupadas em Belo Horizonte. Apesar do acordo feito entre representantes do movimento estudantil secundarista e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de coexistência de mobilizações e votações em apenas sete lugares, outras instituições de ensino continuam sendo ocupadas.
Quando o acordo foi feito, estavam ocupadas as escolas estaduais: Milton Campos (Estadual Central), Santos Dumont, Ari da Franca, Professor Ricardo Souza Cruz, Maria Carolina Campos, Juscelino Kubitscheck de Oliveira, Geraldina Ana Gomes – todas de BH, e, ainda a João XXIII, em Juiz de Fora. Ficou definido que haveria uma delimitação do local de mobilização dos estudantes para evitar interferências na votação do 2º turno. Uma das exigências da Justiça Eleitoral foi que não houvesse ampliação do movimento para outras instituições.
Mas, entre o dia 26 e hoje (29), pelo menos outras quatro escolas foram ocupadas: Helena Guerra (Contagem), Escola Estadual Três Poderes, Escola Estadual Olegário Maciel e Escola Estadual Paschoal Comanducci. A liderança da União Colegial de Minas Gerais (UCMG) afirma não ter controle sobre as mobilizações expontâneas de estudantes e teme uma reação truculenta do poder público. “Os estudantes estão ocupando as suas escolas e é um direito deles. Somos contra a PEC 241. O que o TRE deveria fazer é um acordo de coexistência como fez nas outras sete. Mas não estamos conseguindo diálogo”, afirma a líder estudantil, Kessia Teixeira.
O gabinete institucional de segurança das eleições, que é um grupo formado por representantes do TRE, Polícias Militar, Civil e Federal, estuda uma reação para ainda hoje. Já conseguiram desmobilizar, por exemplo, os estudantes da Estadual Estadual Paschoal Comanducci. Agora a tarde, os estudantes desocuparam a área. Segundo o TRE, até o fim do dia, deverá ser divulgada uma nota informando as definições da instituição.
Do lado dos estudantes, a intenção é resistir. “Vamos manter as mobilizações. Não vamos atrapalhar as eleições porque somos a favor da democracia”, afirma Kessia.
POSIÇÃO DO TRE
Depois de um dia de intensas negociações com estudantes que ocupam escolas públicas, o Tribunal Regional Eleitoral decidiu aceitar a coexistência de mobilizações e votações. Em nota, a instituição garante que “haverá um monitoramento permanente do Gabinete de Segurança e dos juízes das Zonas Eleitorais para que não haja prejuízos ao eleitor”.
O tribunal não divulga o número oficial de escolas ocupadas por ser um movimento dinâmico. Segundo a instituição, o gabinete institucional de segurança, composto pela Justiça Eleitoral, pelo Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria Eleitoral (representando o Ministério Público Eleitoral); pelo Ministério Público Estadual, por meio da Coordenadoria de Apoio Eleitoral; pela Secretaria de Segurança Pública e pelas Polícias Federal, Militar e Civil, estará de plantão durante todo o dia para tomar providências necessárias para garantir tranquilidade nas eleições.
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