Número de vidas perdidas nos 7 primeiros meses deste ano é 20% menor do que no mesmo período de 2023
(Paulo H. Carvalho/Agência Brasília)
Nada menos que 80 mulheres foram vítimas de feminicídio em Minas nos sete primeiros meses deste ano. Além dos crimes hediondos, motivados apenas pela questão do gênero, mais de 86 mil casos de violência doméstica foram registrados no Estado. Neste mês ocorre o movimento Agosto Lilás, que busca conscientizar a população e evitar os atos covardes contra o público feminino.
O número de vidas perdidas consta em um levantamento apresentado nesta quinta-feira (22) pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Os registros de agosto ainda não foram consolidados. Recentemente, pelo menos dois feminicídios deixaram os mineiros horrorizados diante da crueldade dos ex-companheiros das vítimas.
Nessa terça (22), um motorista de aplicativo matou a ex-mulher a facadas em Ribeirão das Neves, na Grande BH. O homem teria confessado o crime por meio de uma mensagem de áudio enviada para a filha do casal.
De acordo com a PM, ele atacou a mulher de surpresa no caminho entre a casa deles e a padaria onde ela trabalhava. No dia 7, uma jovem de 22 anos também foi morta a facadas pelo ex-noivo em plena luz do dia na avenida Antônio Carlos, no bairro São Luiz.
Segundo o Governo de Minas o número de feminicídios em 2024 caiu 20,8% em relação aos sete primeiros meses de 2023. No ano passado foram 101 mortes. Os registros de violência doméstica também tiveram redução, com 87,1 mil no período anterior.
De acordo com o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, as reduções são importantes, mas as ações para barrar o crime seguem. “Ainda são dados expressivos, quando tratamos de um crime tão covarde e que tem prioridade de redução para o governo”, destacou.
Ainda conforme os dados da Sejusp, a violência psicológica contra as mulheres é ligeiramente maior do que as agressões no Estado. Ameaças, manipulações, humilhações e proibição do direito de falar com amigos ou parentes, por exemplo, somam 36% das ocorrências. A violência física concentra 35%.
Segundo o Estado, a estratificação dos dados da Polícia Civil foi realizada pela Sejusp como parte das ações de sensibilização do movimento Agosto Lilás, e busca ampliar o debate do tema e contribuir com a circulação de informações sobre violência contra a mulher.
Mais informações estão disponíveis neste link.
Mulheres vítimas de violência doméstica podem procurar qualquer unidade policial - da PM ou delegacia - para prestar queixa contra o agressor. Também é possível fazer contato com as forças de segurança por meio do MG App, que possui um menu exclusivo para acionar o Emergência MG (190,193,197), localizado na tela inicial do aplicativo. Para baixar, basta clicar neste link. As ligações telefônicas, pelos mesmos números, ainda podem ser feitas normalmente.
*Estagiário, sob supervisão de Renato Fonseca
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