O Cortês aposta na carne suína
O Cortês tem sede em Raul Soares, na Zona da Mata (Divulgação)
Prestes a iniciar operações no primeiro semestre de 2025, o frigorífico O Cortês, com sede em Raul Soares, na Zona da Mata, já traça planos para se tornar um player relevante no mercado internacional. A empresa, que faz parte do Grupo ARO, tem como meta exportar carne suína para União Europeia e Estados Unidos em 2026, mirando faturamento de R$ 200 milhões no segundo ano de operação.
O Cortês surgiu após investimento de R$ 25 milhões, dos quais R$ 17 milhões já foram captados por meio de uma linha de financiamento voltada à inovação do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e investidores privados.
O sócio-proprietário do Grupo ARO, Rodrigo Torres, disse que o foco inicial será o mercado interno, mas a estratégia de expansão já está desenhada. “Em 2025, vamos focar no Brasil, mas nossa visão é global. Em 2026, queremos estar na Europa e nos Estados Unidos, mercados que valorizam qualidade, sustentabilidade e certificações rigorosas”, afirma.
A empresa aposta na carne suína da raça Duroc, conhecida pelo marmoreio, maciez e sabor diferenciados, características que a posicionam no segmento premium, semelhante ao que a carne Angus representa no setor bovino.
O Cortês informou que está ciente das exigências dos mercados internacionais. Por isso, vai apostar em produtos processados e temperados. “A cultura de consumo de alimentos enlatados é forte lá fora, e estamos prontos para oferecer um portfólio de produtos industrializados que atendam aos padrões de qualidade que esses consumidores exigem”, explica Andrea Zerbeto, sócia e cofundadora do frigorífico.
Além dos produtos enlatados, a empresa vai oferecer cortes premium como Prime Rib e T-Bone de porções menores, de até 250g, voltados ao consumidor moderno, que valoriza conveniência e redução de desperdícios.
O frigorífico diz que quer "crescer rápido e de forma sustentável". Nos primeiros cinco anos, O Cortês pretende conquistar 0,5% do mercado brasileiro de carne suína. Para viabilizar essa expansão, estuda parcerias estratégicas e terceirizações com outras companhias que possuem experiência em exportação. A cada ano, a empresa pretende dobrar sua capacidade de produção
A empresa também informou que compromisso com a sustentabilidade. “Queremos atender à crescente demanda por consumo consciente, oferecendo um produto premium que não apenas tenha qualidade superior, mas que também esteja alinhado com as preocupações ambientais e sociais. No Brasil, esses nichos ainda são separados, mas no exterior eles já andam lado a lado, e estamos prontos para esse movimento", acrescenta Andrea Zerbeto.
Para atingir esse objetivo, a produção dos cortes Duroc será acompanhada pelo plantio de aproximadamente 150 mil árvores. Essas árvores terão a responsabilidade de sequestrar o carbono gerado em todas as fases do processo, desde o cultivo dos grãos até a distribuição da carne.
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