Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas cita dificuldades para contratação de serventes, pedreiros e até engenheiros
Estudo revela que a falta de qualificação e a escassez de profissionais em geral são os principais obstáculos (Freepik)
A escassez de mão de obra é o principal desafio do setor da construção civil. A dificuldade em contratar profissionais é realidade para nada menos que 96% das empresas do setor. É o que aponta pesquisa realizada pelo Portal AECweb, em parceria com o Sienge, o Ecossistema de Tecnologia e Negócios do Grupo Softplan para a Indústria da Construção e Mercado Imobiliário.
O levantamento ouviu 602 profissionais do setor em todo o país, incluindo sócios-proprietários, diretores, gerentes, coordenadores, arquitetos e engenheiros de obra. O estudo revela que a falta de qualificação (84,1%) e a escassez de profissionais em geral (58,8%) são os principais obstáculos.
A mesma dificuldade é atestada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), que cita dificuldades para contratação de serventes, pedreiros e até engenheiros.
Segundo o vice-presidente de Relações Trabalhistas do Sinduscon-MG, Felipe Boaventura, a falta de trabalhadores não está limitada somente à disponibilidade de profissionais. “Também reflete questões ligadas às escolhas e preferências dos trabalhadores e à cultura organizacional das empresas”, afirma. Boaventura cita como exemplo a baixa participação feminina no setor, de apenas 10%.
Segundo ele, o desafio exige uma compreensão ampla do ecossistema do mercado de trabalho. “Medidas que aumentem os custos de construção, por exemplo, podem desencadear um ciclo de aumento no preço de imóveis, reduzindo a demanda por mão de obra e agravando ainda mais o cenário. Outras medidas de valorização e capacitação, por outro lado, podem gerar ganhos mútuos às empresas e trabalhadores”.
Conforme a pesquisa do Portal AECweb, para enfrentar a escassez de mão de obra qualificada, 59% dos profissionais defendem que as construtoras invistam em capacitação, enquanto 41% acreditam que essa responsabilidade deve ser compartilhada por toda a indústria da construção.
As principais soluções propostas incluem: melhores salários (48,8%); planos de carreira e oportunidades de crescimento (48,5%); investimento em sistemas construtivos industrializados e mecanização de canteiros (45,3% e 43,7%, respectivamente); melhoria das condições de trabalho (40,5%); políticas de atração de mulheres para o setor (31,4%); e a contratação direta, com preferência pelo regime CLT, reduzindo a terceirização (28,7%).
O Sinduscon-MG informou que, em colaboração com a Fiemg, Sesi, Senai e sindicatos dos trabalhadores, desenvolvendo iniciativas abrangentes para atender às diversas necessidades das empresas e profissionais.