Lavagem de dinheiro

Entenda a Operação Integration que prendeu Deolane Bezerra e mira Gusttavo Lima

Influenciadora e cantor sertanejo teriam suposto envolvimento em crimes fiscais

Pedro Melo
pmelo@hojeemdia.com.br
23/09/2024 às 16:50.
Atualizado em 23/09/2024 às 18:21
Influenciadora Deolane Bezerra permanece presa e ainda sem previsão de liberação (Reprodução/ Instagram)

Influenciadora Deolane Bezerra permanece presa e ainda sem previsão de liberação (Reprodução/ Instagram)

O Tribunal de Justiça de Pernambuco decretou, nesta segunda-feira (23), a prisão do cantor Gusttavo Lima. Ação é decorrente da Operação Integration, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro no qual ele e a influenciadora Deolane Bezerra, presa desde o início do mês, estariam envolvidos.

De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a ação começou em abril do ano passado, após apreensão de R$ 180 mil em espécie. Investigações apontaram que foram movimentados, de janeiro de 2019 a maio de 2023, mais de R$ 3 bilhões em contas correntes, em aplicações financeiras e dinheiro em espécie, provenientes dos jogos ilegais.

Conforme o inquérito, a organização criminosa usava várias empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio e seguros para lavagem de dinheiro realizada por meio de depósitos e transações bancárias.

O dinheiro era "lavado" por meio de depósitos fracionados em espécie, transações bancárias entre os investigados com o imediato saque do montante, compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias, relógio de luxo, além da aquisição de centenas de imóveis.

Os agentes de segurança pública identificaram movimentações financeiras atípicas de pessoas físicas e jurídicas, que indicam indícios de ilícitos financeiros, sem nenhum suporte para as transações comerciais e financeiras feitas pelo grupo e a maioria dos integrantes tem padrão de vida totalmente incompatível com a renda e bens declarados.

Prisão de Deolane

A Operação Integration, pertencente à Polícia Civil de Pernambuco, cumpriu no início de setembro, 19 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão na capital Recife, em Barueri (SP), em Campina Grande (PB), em Cascavel (PR), em Curitiba (PR) e em Goiânia (GO). Entre uma das prisões estava a influenciadora Deolane Bezerra, que permanece presa, três semanas depois e ainda sem previsão de liberação.

Nesta etapa foram recolhidos pela Justiça 17 carros de luxo. Além disso, foram apreendidos mais de cem imóveis; quatro aviões, incluindo o do cantor Gusttavo Lima, e sete embarcações.

A operação resultou, ainda, no bloqueio de valores em conta e aplicações financeiras de quase R$ 3 bilhões. Os investigados precisaram entregar os passaportes, os portes de armas de fogo deles foram suspensos e os registros, cancelados.

Procurada pelo Hoje em Dia, a assessoria de Gusttavo Lima informou que a defesa do cantor recebeu na tarde desta segunda-feira, "por meio da mídia", a decisão da juíza e "que as medidas cabíveis já estão sendo adotadas.

"Ressaltamos que é uma decisão totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais. A inocência do artista será devidamente demonstrada, pois acreditamos na justiça brasileira. O cantor Gusttavo Lima jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país e não há qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela Polícia Pernambucana. Por fim, esclarecemos que os autos tramitam em segredo de justiça e que qualquer violação ao referido instituto será objeto e reparação e responsabilização aos infratores", diz a nota.

* Matéria atualizada às 18h21 com o posicionamento da assessoria do cantor

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