A vítima seria um homem de 45 anos que faleceu em 28 de setembro e foi atendido na rede particular
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A Prefeitura de São Bernardo do Campo confirmou nesta segunda-feira (29) a terceira morte sob suspeita de intoxicação por consumo de bebidas alcoólicas "batizadas" com metanol na Grande São Paulo. É o segundo óbito registrado no município. A capital paulista também contabiliza uma morte confirmada.
A Secretaria da Saúde de São Bernardo do Campo informou que o primeiro caso é de um homem de 38 anos que faleceu em 24 de setembro e foi atendido no Hospital de Urgência. O segundo é de um homem de 45 anos que faleceu em 28 de setembro e foi atendido na rede particular.
A prefeitura pontuou que os exames estão sendo realizados pelo IML (Instituto Médico Legal) para confirmar ou descartar a contaminação nos dois casos.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde da capital paulista informou que a vítima em São Paulo é um homem de 54 anos, morador da Zona Leste da capital. Ele apresentou sintomas em 9 de setembro e morreu no dia 15.
Ainda há dez casos sob investigação com suspeita de intoxicação por consumo de bebida contaminada na capital. Não se sabe como ocorreram as intoxicações.
Na sexta-feira (26), a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, recebeu, por meio do Sistema de Alerta Rápido (SAR), a notificação de nove casos de intoxicação por metanol no Estado de São Paulo, em um período de 25 dias, todos a partir da ingestão de bebida alcoólica adulterada.
O Ministério apontou que o número de casos é "considerado fora do padrão para o curto período de tempo" e por se desviar dos casos até então notificados, que eram mais associados ao consumo deliberado de combustíveis pela população de rua.
Os novos registros, segundo o Ministério, indicam que a ingestão se deu em cenas sociais de consumo alcóolico, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gim, uísque e vodca.
"O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado de São Paulo informa que, desde junho deste ano, foram confirmados seis casos de intoxicação por metanol, dos quais dois resultaram em óbito - um em São Bernardo do Campo e outro na capital.
Atualmente, há dez casos sob investigação com suspeita de intoxicação por consumo de bebida contaminada, na capital.
O CVS está apoiando e monitorando o trabalho dos Municípios na fiscalização dos estabelecimentos de comércio de bebidas (distribuidoras, bares etc.) envolvidos na comercialização e distribuição dos produtos contaminados. O CVS reforça que o consumo de bebidas alcoólicas de origem clandestina ou sem procedência confiável representa risco à saúde, já que podem conter substâncias tóxicas.
A recomendação é que bares, empresas e demais estabelecimentos redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos, e que a população adquira apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, evitando opções de origem duvidosa e prevenindo casos de intoxicação que podem colocar a vida em risco".
"Nesta sexta-feira (26), a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad/MJSP) recebeu, por meio do Sistema de Alerta Rápido (SAR), notificação que reporta nove casos de intoxicação por metanol, no estado de São Paulo, num período de 25 dias, todos a partir da ingestão de bebida alcóolica adulterada.
O número de casos registrado, inicialmente, pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), de Campinas (SP), e encaminhado ao Comitê Técnico do SAR é considerado fora do padrão para o curto período de tempo e também por desviar dos casos até hoje notificados de intoxicação por metanol.
O Ciatox recebeu, nos últimos dois anos, casos de intoxicação por metanol a partir de consumo de combustíveis por ingestão deliberada em contextos de abuso de substâncias, frequentemente associada à população de rua. Contudo, de acordo com a notificação de hoje, a ingestão se deu em cenas sociais de consumo alcóolico, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gin, whisky, vodka, entre outros. São registros inéditos no referido centro toxicológico. É possível haver outros casos não notificados, uma vez que nem todos os casos de intoxicação chegam aos órgãos de vigilância e controle.
A ingestão acidental ou intencional de metanol leva a intoxicações graves e potencialmente fatais. O cenário de adulteração é particularmente relevante do ponto de vista de saúde pública, pois episódios dessa natureza frequentemente resultam em surtos epidêmicos com múltiplos casos graves e elevada taxa de letalidade, afetando grupos populacionais vulneráveis e exigindo resposta rápida das autoridades sanitárias. Nesse sentido, requer alerta à população, considerando, inclusive, o início do fim de semana, quando há maior frequência a bares e consumo de bebidas alcóolicas.
SAR - O Sistema de Alerta Rápido sobre drogas do Brasil (SAR) é um subsistema do Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas - Sisnad, gerenciado pela Secretaria da Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), vinculado ao Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid)".