Um esquema de estelionatários que começou a ser aplicado em BH por volta de 2017 – e pareceu até ter desaparecido, depois disso – está de volta e tem feito inúmeras vítimas na capital, de acordo com o Procon da Assembleia Legislativa de Minas. Trata-se do “golpe do motoboy”, que, em alguns casos, levou vítimas a prejuízos de um milhares de reais.
A tática dos bandidos começa com uma simples ligação telefônica ou o envio de uma mensagem para o celular da vítima. Para tentar persuadir as pessoas, os golpistas criam todo um ambiente que remete à central de atendimento de um determinado banco ou de uma administradora de cartões de crédito.
Até música e mensagens institucionais “originais” são usadas para fazer com que o cliente realmente acredite que a ligação está parte da instituição com a qual tem vínculo.
Suposta clonagem
Foi assim que o corretor de imóveis E.T.G., de 61 anos, acabou convencido de que seu cartão havia sido clonado e de que ele deveria entregá-lo, cortado o meio, a um motoboy, enviado “pelo banco” até o escritório onde se encontrava.
“Eles me induziram a crer que uma compra falsa havia sido feita com meu cartão de crédito em São Paulo. Decidi bloqueá-lo pelo aplicativo, mas, ao entregar o plástico partido e com minha senha ao motoboy, e antes que o cartão fose suspenso, os criminosos saíram por aí, fazendo compras”, explica a vítima, que teve prejuízo de R$ 3 mil.
Para Marcelo Barbosa, coordenador do Procon Assembleia, os fraudadores utilizam um conjunto de técnicas “computacionais e psicológicas” para convencer as vítimas a fornecer dados pessoais e bancários.
“São quadrilhas especializadas. E que, acreditamos, também podem ter a conveniência de pessoas que trabalham ou que trabalharam em instituições financeiras”, diz.
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