(Redes Sociais / Reprodução)
A Polícia Civil identificou nesta terça-feira (3) mais uma vítima do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH, ocorrida em 2019. Trata-se de Luiz Felipe Alves, engenheiro de produção, natural de Jundiaí (SP), funcionário da Vale, que tinha 30 anos na data do rompimento.
A ossada foi encontrada pelos bombeiros nessa segunda-feira (2), na área “Esperança 1”, há 1km da área onde ficava a barragem. A identificação, segundo a PC, ocorreu por meio de arcada dentária.
(Bombeiros/Divulgação)
Ao todo, 265 pessoas que morreram em decorrência do rompimento da barragem do Córrego do Feijão já foram identificadas, e 5 vítimas continuam desaparecidas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros "maior operação de busca e salvamento da história permanece initerrúpta até que a última joia seja localizada".
Tragédia
Além das mortes, a avalanche de rejeitos liberada no rompimento da barragem causou destruição de comunidades, degradação ambiental e poluição do Rio Paraopeba. Desde o episódio, as operações de busca do Corpo de Bombeiros sofreram apenas duas paralisações, ambas devido às restrições impostas nos momentos de agravamento da pandemia de Covid-19.
Ato
Os esforços são acompanhados de perto pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum), criada pelos familiares dos mortos na tragédia. A entidade contabiliza 272 mortes na tragédia porque inclui na conta os bebês de duas vítimas que estavam grávidas.
Na última sexta-feira (29), antecipando-se ao Dia do Trabalho, celebrado em 1º de maio, a Avabrum realizou um ato para lembrar a memória dos trabalhadores que faleceram no episódio. A maioria das vítimas eram funcionários da mineradora Vale ou de empresas terceirizadas que ela contratava. Durante o ato, realizado com faixas e cartazes em frente ao Fórum de Brumadinho, familiares e amigos dos mortos cobraram a manutenção do processo criminal na Justiça mineira e pediram celeridade no julgamento.
Competência
Atualmente, há uma indefinição sobre a competência do tribunal estadual para apreciar o caso. O Superior Tribunal de Justiça (STF), ao analisar um habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, considerou que o julgamento deveria ser federalizado. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recorreu. Agora, caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) dar a palavra final.
A denúncia do MPMG, que resultou na ação criminal aberta na Justiça mineira, apontou um conluio entre a Vale e a Tüv Süd, consultoria alemã que assinou o laudo de estabilidade da barragem. Elas foram acusadas de esconder do poder público e da sociedade a real situação da estrutura. O MPMG responsabilizou 16 pessoas, sendo 11 funcionários da Vale e cinco da Tüv Süd.
*Com Agência Brasil
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