Juiz decreta prisão de suspeitos da chacina na favela de Chatuba

Folhapress
01/11/2012 às 16:25.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:47

  SÃO PAULO - A Justiça decretou na última quarta-feira (31) a prisão preventiva de 14 acusados de envolvimento na chacina da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense.    O grupo teria sequestrado e assassinado, no dia 8 de setembro, seis jovens, confundidos com traficantes de uma facção rival. Os corpos foram encontrados dois dias depois, às margens da rodovia Presidente Dutra, na altura de Nova Iguaçu.   Ao receber a denúncia do Ministério Público e decretar a prisão preventiva do grupo, o juiz Márcio Alexandre Pacheco da Silva, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, afirma que a medida é "imprescindível para garantir a vida das testemunhas e impedir a reiteração de ações de extermínio".    Os acusados, que participariam de uma quadrilha de traficantes de drogas no bairro da Chatuba, em Mesquita, vão responder por homicídio triplamente qualificado - por motivo torpe, mediante tortura ou outro meio insidioso ou cruel e com recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima.    Em sua decisão, o juiz afirma que as condutas atribuídas aos acusados são extremamente graves, pois teriam sido praticadas com "alto nível de crueldade, sendo as vítimas amarradas, esfaqueadas, martirizadas e executadas com disparos de armas de fogo".    Ainda de acordo com o juiz, "há notícia nos autos que os denunciados impõem um verdadeiro terror na localidade" e que "dispõem de farta quantidade de drogas e armas, inclusive fuzil 762 e submetralhadora 9mm".    Isso, segundo o juiz, deixa evidente a "necessidade da prisão preventiva como garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e assegurar a aplicação da lei penal".    Os seis jovens, com idades entre 16 e 19 anos, foram mortos porque foram identificados como moradores de um morro dominado pelo Terceiro Comando, facção rival ao Comando Vermelho, que está na Chatuba.    Depois de matar os seis jovens, o grupo chefiado por Remilton Moura, o Juninho, colocou os corpos em uma carroça e os transportou por um trecho da rodovia Presidente Dutra até um terreno, onde foram jogados. Imagens de câmeras de segurança na região mostram dois homens guiando a carroça com os corpos pelo acostamento da rodovia.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por