21 anos de cadeia

Acusação comemora condenação de delegado que matou motorista de reboque em BH; defesa vai recorrer

Justiça também determinou que o homem perca o cargo na Polícia Civil e permaneça preso durante o período de recurso.

Bernardo Haddad*
@_bezao
29/08/2024 às 08:29.
Atualizado em 29/08/2024 às 08:40
 (Maurício Vieira / Hoje em Dia )

(Maurício Vieira / Hoje em Dia )

Após dois dias de julgamento, o delegado acusado de matar com um tiro o motorista Anderson Cândido Melo, em 2022, foi condenado a 21 anos de prisão por homicídio qualificado, na noite de quarta-feira (28). A Justiça também determinou que o delegado perca o cargo na Polícia Civil e permaneça preso durante o período de recursos. A acusação comemorou o resultado e a defesa do acusado afirmou que vai recorrer da decisão. 

De acordo com Raphael Nobre, advogado de acusação, as perícias foram fundamentais para a resolução do caso. As análises do Instituto de Criminalística da Polícia Civil comprovaram que Anderson Cândido Melo não acelerou o veículo em direção ao delegado, antes de receber o tiro.

“Em especial a questão da rotação do motor. Não houve o aumento da rotação, que era uma tese alegada pela defesa. Que o Anderson teria tentado de alguma forma atingi-lo com o próprio caminhão”, afirmou o advogado.

Por outro lado, o advogado de defesa, Fernando Magalhães, afirmou que o resultado da sentença não foi justo e disse que já enviou o pedido de recurso ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). 

“Apesar da maioria dos jurados terem entendido pela procedência da acusação, tenho certeza que ele (acusado) é merecedor da reversão dessa sentença. O ato que ele praticou parece-nos muito bem comprovado que foi legitimando a própria vida”, relatou o advogado.

Relembre o caso 

A briga de trânsito que resultou no crime ocorreu na avenida do Contorno, uma das mais movimentadas da região Central de BH, em 2022. O delegado chegou a se apresentar na delegacia, mas foi preso apenas quatro dias depois.

O resultado da perícia do Instituto de Criminalística da Polícia Civil comprovou que Anderson Cândido Melo não acelerou o veículo em direção ao delegado, antes de receber o tiro. O laudo divulgado contestou a versão do policial, que declarou, em depoimento, que Anderson teria "jogado" o caminhão contra ele antes de atirar em legítima defesa.

O acusado está preso desde 30 de julho, depois de ter sido indiciado por homicídio qualificado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil. Ele teve três pedidos de habeas corpus negados.

*Estagiário, sob supervisão de Renato Fonseca 

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