Falta de zelo

Água parada em cemitérios de BH aumenta risco de dengue

Possíveis criadouros do mosquito transmissor da doença podem ser encontrados com facilidade em túmulos e vasos de plantas deixados por visitantes

Da Redação*
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Publicado em 14/03/2024 às 07:30.

Risco é maior no cemitério do Bonfim, onde esculturas decorativas de sepulturas dividem espaço com os potenciais focos da dengue (Valéria Marques)

Risco é maior no cemitério do Bonfim, onde esculturas decorativas de sepulturas dividem espaço com os potenciais focos da dengue (Valéria Marques)

O risco da dengue ronda cemitérios públicos de Belo Horizonte. Água parada pode ser encontrada com facilidade em túmulos e vasos de plantas deixados por visitantes. Os pontos podem se transformar em criadouros do Aedes aegypti, mosquito também transmissor da chikungunya e zika. Neste ano, a capital já contabiliza 22 mortes e 14,3 mil casos das três doenças.

O Hoje em Dia esteve nessa quarta-feira (13) nas necrópoles Saudade e Bonfim, nas regiões Leste e Noroeste da cidade. Mesmo sem chuvas significativas nas regionais nos últimos dias, é possível ver água parada em vários pontos. O perigo é maior no cemitério do Bonfim, o mais antigo de BH, com 54 quadras. Lá, esculturas decorativas de sepulturas dividem espaço com os potenciais focos da dengue.

A falta de zelo em plena epidemia de dengue preocupa. Médicos e especialistas têm feito apelos constantes sobre os riscos de transmissão da doença por conta de recipientes com água, preferencialmente limpa, parada e na sombra. Qualquer objeto abandonado pode virar um criadouro do inseto. Porém, não basta secar os reservatórios para impedir a reprodução do Aedes.

É preciso limpar o local, pois o ovo do mosquito pode sobreviver sem água por muito tempo. “É preciso eliminar esses ovos antes da eclosão. O melhor modo é não deixar a água parada. Mas o ovo em si consegue durar cerca de um ano na natureza sem contato com a água, esperando o momento propício para se desenvolver”, lembra o biólogo Diego Michel Fernandes da Silva, pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG).
 
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que uma equipe da Zoonoses irá aos locais nos próximos dias para realizar vistorias e tomar as medidas cabíveis. Segundo a administração municipal, visitas periódicas são feitas nos cemitérios, com aplicação de biolarvicidas.

Já a Fundação de Parques Municipais, gestora das necrópoles da capital, informou que adota medidas complementares de prevenção, como a colocação de terra e areia nos vasos fixos dos túmulos, recolhimento diário das flores artificiais, mutirões de capina e poda e notificação dos concessionários das sepulturas em estado de abandono.

* Com Agência Brasil

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