(João Roberto Ripper / Divulgação)
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) reconheceu o sistema agrícola dos apanhadores de sempre-vivas na Serra do Espinhaço, na região do Vale do Jequitinhonha, como Patrimônio Agrícola Mundial. É a primeira vez que o título é concedido a um sistema brasileiro.
A certificação da FAO atesta patrimônios agrícolas desenvolvidos por povos e comunidades tradicionais em diversas partes do mundo. O reconhecimento foi feito após dossiê enviado pela Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo, do Ministério da Agricultura.
As sempre-vivas são espécies características do cerrado mineiro, com importância cultural, econômica e ambiental para a região, conferindo uma identidade local para as pessoas que tiram seu sustento do extrativismo. Após colhidas e secas, as sempre-vivas conseguem resistir consideravelmente ao tempo sem se estragar ou perder sua cor. Com elas, são feitos arranjos de flores e peças de artesanato.
Praticado em seis comunidades nos municípios de Diamantina, Buenópolis e Presidente Kubitscheck, o trabalho de extrativismo de sempre-vivas é feito por camponeses e quilombolas, que mantêm uma identidade cultural no manejo secular das flores.