A crise que se instalou na gestão do governador Romeu Zema (Novo) após o veto parcial do projeto que previa recomposição salarial de 41,7% para as forças de segurança deve ganhar novos capítulos. Nesta quinta-feira (12), parlamentares da base aliada se queixaram da decisão do chefe do Executivo estadual e informaram que vão se reunir, nos próximos dias, para avaliar os rumos do bloco de Governo.
"A liderança do bloco informa que está marcado para o início da próxima semana uma reunião com todos os seus membros para tratarmos, com o mesmo senso de realidade e de compromisso, do caminho que iremos tomar em relação ao bloco de Governo. Minas e os mineiros estão e sempre estarão em primeiro lugar", diz nota, assinada pelo deputado Gustavo Valadares (PSDB), líder de governo.
No comunicado, os aliados de Zema reclamaram que não foram consultados sobre a mudança de planos. "Os deputados do bloco, bem como os seus líderes, não foram convidados ao diálogo e não foram informados pelo governador sobre a decisão". Em outro trecho do texto, destacaram que não foram comunicados sobre a saída do secretário de Governo, Bilac Pinto. "O mesmo cenário ocorreu com o secretário de Governo à época, Custódio Mattos".
Além disso, o bloco lembrou que o Projeto de Lei era de autoria do próprio Executivo e que "contou, na sua aprovação, com o voto consciente e de confiança de 66 dos 77 deputados, respeitando o acordo feito pelo governo”. As críticas vieram depois que Zema sancionou recomposição salarial de 13% para o funcionalismo da Segurança Pública, referente apenas a 2020. Além disso, o governador vetou qualquer tipo de aumento para servidores de outras áreas.
Dança das cadeiras
Por causa do veto parcial do PL, Bilac Pinto deixou o cargo de secretário de Estado do Governo. O vice-governador Paulo Brant também saiu do Novo, partido de Zema. Nesta tarde, o governo confirmou o nome de Igor Eto, que até então era secretário-geral, para o posto. A vaga deixada por ele será assumida pelo vereador Mateus Simões (Novo), que, por causa da nova função, abandona a Câmara Municipal e também desiste de disputar a eleição para Prefeitura de Belo Horizonte.
Confira abaixo a íntegra da nota do bloco de governo:
"É, novamente, com sentimento de perplexidade que recebemos, mais uma vez, por meio da imprensa, a informação de mudanças no Governo.
Os deputados do Bloco, bem como os seus líderes, não foram convidados ao diálogo e não foram informados pelo governador sobre decisão desta quarta-feira (11/03/2020) de sancionar parcialmente o projeto de lei que permite a recomposição das perdas inflacionárias para os servidores da Segurança Pública. Projeto, aliás, de autoria do próprio governador e que contou, na sua aprovação, com o voto consciente e de confiança de 66 dos 77 deputados, respeitando o acordo feito pelo Governo.
Queremos deixar registrado, também, que em nenhum momento os deputados do Bloco que dão sustentação ao Governo Zema, na Assembleia de Minas Gerais, foram ouvidos ou informados pelo governador sobre a saída do secretário de Governo Bilac Pinto. O mesmo cenário ocorreu com o secretário de Governo à época, Custódio Mattos.
O Bloco que, até o momento, dá sustentação ao governo Zema na Assembleia de Minas Gerais tem sido - apesar de todos os reveses praticados pelo próprio governo- leal, dedicado, responsável e aguerrido. Prova disso é a aprovação de 100% dos projetos de autoria do Executivo, mesmo com votos contrários de alguns integrantes do partido Novo.
Por fim, a liderança do Bloco informa que está marcado para o início da próxima semana uma reunião com todos os seus membros para tratarmos, com o mesmo senso de realidade e de compromisso, do caminho que iremos tomar em relação ao Bloco de Governo. Minas e os mineiros estão e sempre estarão em primeiro lugar.
Gustavo Valadares- Líder do Bloco de Governo/ Sou Minas Gerais"