(Movimento Passe Livre / Divulgação)
Depois da intervenção do Ministério Público de Caeté, na região metropolitana, o portão que restringia o acesso de moradores e visitantes ao Santuário da Serra da Piedade terá que ficar aberto.
A passagem de turistas e moradores só era permitida pela Arquidiocese Metropolitana mediante pagamento de R$ 20. Como a rodovia AMG-1235 é um trecho estadual, o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) decidiu que o acesso ao santuário deve ser liberado.
Ao entrar no caso há um mês, o MP exigiu que fossem apresentadas informações sobre o destino da tarifa pela Arquidiocese, para saber se os recursos arrecadados com a cobrança eram usados na conservação do patrimônio histórico-cultural do conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Santuário Nossa Senhora da Piedade.
O DER também foi notificado pelo Ministério Público para explicar se parte dos recursos do pedágio era usada para conservar a via AMG-1235.
O protesto contra o pagamento ganhou repercussão com o Movimento Passe Livre, formado por moradores de Caeté, que não concordam com a cobrança de pedágio iniciada em 2020.
Os moradores alegam que se sentem excluídos de parte da cidade onde moram e que o local é um ponto tradicional de peregrinação e de contemplação da natureza. O grupo fez vários protestos na estrada de acesso do santuário pedindo a suspensão do pedágio.
(Arquidiocese BH / Divulgação )
Quem visita a Serra, pode apreciar a Capela de Nossa Senhora da Piedade, que fica a 1746 metros de altitude. A construção foi concluída em 1770.
A serra é um monumento natural protegido pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), desde 1956. O local também é tombado pelo estado e pelo município.
Em nota, a Arquidiocese Metropolitana declarou que espera que prevaleça o bom senso.
Leia a nota na íntegra
"O Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade já está em diálogo com o poder público, na expectativa de conseguir preservar a sua portaria, essencial para proteger os peregrinos, visitantes, o patrimônio religioso, histórico, cultural e ambiental.
O território do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade está sob responsabilidade da Igreja Católica, que além de zelar pela preservação de bens histórico-culturais do século 18, da segurança dos peregrinos, cuida para que não sejam depredados bens naturais, com medidas de prevenção a incêndios, atropelamentos de animais, dentre outras ações.
Essas importantes iniciativas exigem adequado controle do fluxo de pessoas que acessam o território sob os cuidados da Igreja Católica.
Esperamos que prevaleça o bom senso e as autoridades não determinem o enfraquecimento das iniciativas de proteção aos peregrinos e ao Santuário que, com os seus tombamentos nas instâncias municipal, estadual e federal, precisa ser cuidado por todos."
A reportagem do Hoje em Dia procurou o DER-MG, mas não obteve resposta.
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