(ARQUIVO COPASA/DIVULGAÇÃO)
Além do vertedouro natural, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) está tendo que usar bombas para sugar água e manter o nível da represa Vargem das Flores, nos municípios de Contagem e Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fora de risco de transbordamento. Desde o fim de janeiro, o lago está com 100% de sua capacidade, com oscilações mínimas, para mais ou para menos.
O vertedouro, estrutura permanente que funciona como uma espécie de ralo para controlar a água da represa, está funcionando normalmente. Contudo, o volume de chuvas em janeiro e fevereiro fez com que a companhia acionasse o sistema de bombas, de forma preventiva.
Desde o início deste mês, 51 famílias estão fora de casa, com estadia custeadas pela empresa, devido a risco de transbordamento no ribeirão Betim, um curso d'água que é alimentado pelo vertedouro do lago. Contudo, chega a 319 o número de famílias que podem ser impactadas em inundações.
A medida foi tomada após a Prefeitura de Betim entrar na Justiça cobrando providências da Copasa. A administração da cidade diz que acompanha com a Defesa Civil a situação dos moradores, junto da prefeitura de cidade, onde fica metade da represa.
A companhia garante que a lagoa não corre risco de transbordamento e que o sistema do vertedouro tem capacidade para controlar o volume da água no reservatório.
Com a diminuição das chuvas no meio deste mês de fevereiro, o reservatório perdeu volume de água. Nesta quinta-feira (20), a Vargem das Flores tinha 98,9% de seu espaço ocupado.Reprodução/Copasa
A Copasa, contudo, comemora a cheia no reservatório. Ele é o principal componente do sistema Paraopeba, que abastece a Região Metropolitana de Belo Horizonte. A rede correu risco de seca nos últimos anos, com a pouca chuva que caiu sobre a Grande BH.
No ano passado, com a tragédia da Vale em Brumadinho, o rio Paraopeba deixou de ser usado para captar água, o que deixou a Vargem das Flores como ponto de maior coleta de água para as cidades do entorno.
Entre este sábado (22) e a próxima terça-feira (25), a orla da lagoa ficará fechada tanto para a prática de esportes náuticos quanto para eventos festivos. A medida serve para assegurar a limpeza da água. É o sexto ano seguido que o fechamento é colocado em prática no Carnaval.
Dois pontos de controle serão montados em Contagem. Um na rua das Araras, no bairro Solar do Madeira, e outro no Servidão 1, na rotatória, no bairro Sapucaias. Em Betim, onde as entradas são mais espalhadas, serão feitas rondas na orla da represa.