Carnaval

Escola de samba mais antiga de BH, Cidade Jardim vai homenagear presidente Lula na passarela

Rodrigo de Oliveira
rsilva@hojeemdia.com.br
24/01/2023 às 08:00.
Atualizado em 24/01/2023 às 08:01
Em 2013, a escola abordou as histórias dos “loucos geniais”, como Napo-leão, o Menino Maluquinho e o maluco beleza Raul Seixas
 (Carlos Rhienck)

Em 2013, a escola abordou as histórias dos “loucos geniais”, como Napo-leão, o Menino Maluquinho e o maluco beleza Raul Seixas (Carlos Rhienck)

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Cidade Jardim, que tem 72 anos de história e é a escola mais antiga de Belo Horizonte, vai homenagear o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Carnaval 2023. Previsto para acontecer no dia 21 de fevereiro, às 21h, o desfile traz o tema “Sem medo de ser feliz”. 

De acordo com Alexandre Lee, presidente da escola, a homenagem ao petista foi pensada antes mesmo do resultado das eleições e aconteceria “com Lula ganhando ou perdendo nas urnas”. 

“Caso ele perdesse, seria uma forma de mostrar que pelo menos tivemos a esperança de retomar a democracia e melhorar o país. Com a vitória, ficamos mais felizes ainda e a decisão de homenageá-lo se tornou ainda mais especial”, conta. 

Para fazer jus ao presidente, Lee afirma que as principais passagens da vida de Lula serão contadas na passarela. 

“Falar dele é difícil, pois é uma fonte inesgotável de assuntos. Então, escolhemos temas marcantes, como a descoberta do pré-sal em seu governo, representado pela ala dos petroleiros, e a sua história como metalúrgico, com a ala dos operários. Também teremos um carro alegórico em homenagem à Amazônia, que sofreu muito no governo Bolsonaro, e a ala das baianas fará um tributo para Dona Lindu, mãe de Lula”, revela. 

Apesar de não ser filiado a partido algum, Lee aponta que se identifica com a história de Lula e que o PT “representa o povo”. 

“Lula é o maior operário que este país já teve e eu, como homem negro e da periferia, admiro muito isso. Quando ele estava preso fazíamos feijoadas na quadra para receber representantes do partido, foi uma forma de estarmos juntos na luta”, diz. 

Escola de samba tem usado as redes sociais para tentar arrecadar verbas para o desfile (Reprodução/redes Sociais)

Escola de samba tem usado as redes sociais para tentar arrecadar verbas para o desfile (Reprodução/redes Sociais)

Com o tema escolhido, a escola agora luta para arrecadar a verba necessária para colocar o desfile na rua. 

“Não conseguimos verba com a PBH, então estamos nos virando como podemos. Um sindicato doou 500 camisas para vendermos, estamos fazendo feijoadas, doações via pix e até vaquinha online para ajudar”, afirma. 

No fim do ano passado, escolas de samba da capital chegaram a se queixar sobre a falta de subsídio para os desfiles e a PBH informou que o regulamento para a concessão de auxílio financeiro às escolas seria publicado somente em janeiro deste ano. 

Sobre a possibilidade de haver retaliações, o presidente da escola garante que “já sabe que pode acontecer algo, mas a coragem prevalece”. 

“Sei que uma parte mais radical da oposição pode se revoltar, mas é um risco que se corre quando tratamos deste assunto. Porém, não podemos deixar de fazer só por causa disso. O Carnaval sempre foi uma forma de o povo negro e da periferia se manifestar, e é exatamente isso o que estamos fazendo”, arremata.

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