(Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Uma pesquisa realizada com 368 pacientes nos Estados Unidos indicou que a hidroxicloroquina não mostrou benefícios no tratamento da Covid-19. O estudo, financiado pelo Instituto Nacional de Saúde e pela Universidade da Virgínia, foi publicado na New England Journal of Medicine, mas ainda não foi revisado por outros pesquisadores, segundo a mídia norte-americana.
Conforme o estudo feito em 368 pacientes de hospitais de veteranos em diferentes partes do país, houve mais mortes entre aqueles que tomaram a hidroxicloroquina do que entre os que receberam tratamento padrão para a doença, de acordo com os pesquisadores envolvidos na iniciativa.
Entre os pacientes que receberam hidroxicloroquina, cerca de 28% morreram, enquanto entre as pessoas que tiveram tratamento usual a mortalidade foi de 11%.
Medicamento usado para o tratamento da malária e de várias doenças autoimunes, a hidroxicloroquina vem sendo usada no tratamento de pacientes com Covid-19 em diversos países. No Brasil, o Ministério da Saúde afirmou não haver evidência científica para o uso desse medicamento no tratamento da doença, mas permitiu estudos e uso em pacientes hospitalizados. O Hospital das Clínicas da UFMG participa de uma pesquisa em nível mundial para o uso dessa e outras três substâncias.
Conforme publicação recente do Ministério da Saúde, a cloroquina e a hidroxicloroquina são medicamentos indicados para uso de curto prazo, apenas em pacientes graves hospitalizados devido ao novo coronavírus. “Elas irão complementar todos os outros suportes utilizados no tratamento do paciente no Brasil, como assistência ventilatória e medicações para os sintomas, como febre e mal-estar”, afirmou a pasta.
Tanto a cloroquina quanto a hidroxicloroquina não são indicadas para prevenir a doença e nem tratar casos leves, reforça o Ministério da Saúde.